Encontro Matrimonial assinala que tem sido progressiva a «presença desta comemoração no seio da Igreja» em Portugal
Lisboa, 07 fev 2025 (Ecclesia) – O Movimento da Igreja Católica Encontro Matrimonial (EM), dedicado ao apoio pastoral a casais e famílias, propõe, há cerca de sete anos em Portugal, o ‘Dia Mundial do Matrimónio’, no segundo domingo de fevereiro, este ano dia 9.
“Tem pertinência para valorizar o sacramento do Matrimónio, a relevância de um amor profundo, de um amor três: Somos dois com a presença de Cristo. E o alento, a consistência, e o amor que isso traz é de celebrar”, disse Ana Pires, do Movimento Encontro Matrimonial Região Lisboa, esta sexta-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Celebrar o ‘Dia do Matrimónio’, no segundo domingo de fevereiro, este ano já no dia 9, explicou a entrevistada, surgiu da adoção da comemoração que feita pelo Encontro Matrimonial nos Estados Unidos da América (EUA), desde 1983.
Ana Pires, com 27 anos de casamento, considera que este dia dedicado ao matrimónio tem vindo “passinho a passinho” a ganhar uma relevância em Portugal, “se calhar não com a expressividade” que gostavam, “mas tem vindo a ser progressivo a presença desta comemoração no seio da Igreja”, em 2018, eram “pouco mais do que meia dúzia de casais” e, este ano, “há propostas a acontecer a nível nacional em todas as regiões”, o que “é um bom sinal”.
“Estamos, neste momento, a chegar às paróquias e são cada vez mais as paróquias que pedem que se celebre este Dia do Matrimónio, e que na própria Eucaristia, ou numa cerimónia própria, fazem a bênção dos casais, a renovação de votos, ou a divulgação a outros casais da relevância do dia”, destaca Nuno Pires, sobre um “efeito de espalhar a celebração ao nível local, que é o que faz mais sentido”.
Neste contexto, o entrevistado contextualiza que no EM nos EUA o Dia do Matrimónio quando nasceu “começou nas paróquias e foi crescendo para o nível nacional”, em Portugal começaram ao contrário com “um evento nacional, um flashmob”.
O padre Pedro Coutinho, que acompanha o Movimento Encontro Matrimonial Região Lisboa, assinala que este dia “é uma renovação do matrimónio e, com ele, da família”, e alerta que “há uma desaceleração, quase uma crise, uma despromoção do valor da família”.
“Assistimos isso nas sociedades ocidentais, mas um pouco também à escala de outras culturas. Mas, sobretudo na cultura cristã, a família é uma coisa imensamente válida e incontornável, é um valor: a primeira instituição, a belíssima, fundada por Deus, é a família, que é muito atacada de todos os lados; o matrimónio em Cristo vincula-nos e eu creio que nos dá um novo alento”, acrescentou.
Para o padre Pedro Coutinho, sacerdote Dehoniano (Sacerdotes do Coração de Jesus), hoje vive-se “uma crise de identidade muito grande”, onde as pessoas têm muita dificuldade dizer “só tu” e o “amor uno, indivisível, causa muito medo”, numa sociedade que muda a um “ritmo tremendo” e as pessoas têm “muito medo desse compromisso”.
“A insegurança do trabalho, das situações profissionais, a nossa sociedade muda a um ritmo tão acelerado que o facto de ter pontos fixos, e neste caso na família, causa perplexidade e medo, as pessoas não se sentem muito preparadas. Renovarmos os votos dá um novo alento, e acho que é, entre aspas, um reforço vitamínico muito forte para o matrimónio”, desenvolveu o entrevistado que acompanha o Movimento Encontro Matrimonial Região Lisboa.
Nuno Pires explica que o Movimento Encontro Matrimonial proporciona aos casais, “independentemente da sua origem”, ferramentas e momentos onde conseguem “melhorar, no fundo, convidar os casais a melhorarem a sua relação através do diálogo e do acolhimento”.
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Os convidados do Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, também comentaram as leituras do 5.º Domingo do Tempo Comum, que vão ser escutadas nas celebrações do ‘Dia Mundial do Matrimónio’, que vai ter “atividades promotoras” desta comemoração pelo EM nas “diferentes regiões em Portugal”, continental e ilhas.
O Encontro Matrimonial, movimento da Igreja Católica que intensifica o amor e a felicidade do casal ou do sacerdote e religiosa com a sua comunidade, está presente em mais de 100 países, e existe em Portugal há 42 anos, o primeiro fim-de-semana presencial realizou-se em 1982.
LS/CB