Padre Miguel Neto destacou temáticas que vão também refletir nas jornadas nacionais do setor, em fevereiro de 2026
Roma, 20 out 2025 (Ecclesia) – O diretor da Pastoral do Turismo – Portugal (PTP), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), destacou a participação lusa de seis pessoas no 9.º congresso mundial deste setor do Vaticano, antecipando as jornadas nacionais que vão realizar em fevereiro.
“Tivemos a possibilidade de expor aquilo que se faz em Portugal, quer a nível das dioceses, porque a Conferência Episcopal sem as dioceses não faz nada, e mostrámos também a importância do turismo como porta de evangelização. Mostramos uma presença ativa na Pastoral do Turismo, aliás, ficaram surpreendidos que Portugal teve no congresso seis elementos”, disse o padre Miguel Neto, esta segunda-feira, 20 de outubro, em declarações à Agência ECCLESIA.
O IX Congresso Mundial do Turismo, promovido pelo Vaticano – Dicastério para a Evangelização – e pela Conferência Episcopal Italiana – Secretariado Nacional para a Pastoral do Tempo Livre, Turismo e Desporto -, teve como tema ‘Turismo, porta da evangelização’, e realizou-se entre 16 e 18 de outubro, em Roma.
O padre Miguel Neto destaca que o pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, D. Rino Fisichella, a partir do tema do congresso, realçou que o turismo é a primeira porta de evangelização e “a primeira porta da Igreja para o mundo”, e que não faz sentido olhar para o turismo, “para a Pastoral do Turismo, sem a possibilidade de mostrar aquilo que é a fé, aquilo que são os nossos valores, aquilo que é a cultura, para além do património”, ou seja, o património tem de ser sinal daquilo que vivem, daquilo que celebram e que praticam.
Entre os conferencistas deste encontro mundial estiveram, por exemplo, a diretora dos Museus Vaticanos, Barbara Jatta, e o arcebispo Giovanni Cesare Pagazzi, arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana, a investigadora Debora Tonelli que abordou o tema ‘Turismo e convívio’, duas relacionadas com a Terra Santa, sobretudo com a Jordânia, a parte da Terra Santa da Jordânia, um apontamento sobre inteligência artificial.
“A questão de preservarmos o descanso, muitas vezes, pensamos que o turismo é fazer atividades, ver coisas, mas, cada vez mais, é também dar qualidade de vida às pessoas, e para isso é importante não só os habituais subsídios para as peregrinações, mas também a questão de ter uma boa comunicação daquilo que são as celebrações, os horários, a vida eclesial, que há, cada vez mais gente que quando se desloca tem essa preocupação e é sinal que quer continuar a ter essa vida cristã”, desenvolveu o padre Miguel Neto.
“Temos a dificuldade de tentar mostrar às paróquias, aos párocos, que mudar o horário de uma Missa não implica só as pessoas que vão à Missa, implica, cada vez mais, implica uma dimensão global. E isso pode afetar o descanso das pessoas, pode afetar a vida eclesial quando as pessoas estão a descansar”, exemplificou.
O diretor da Pastoral do Turismo – Portugal, da Igreja Católica, adianta que trazem deste encontro a certeza que, “neste momento, há uma preocupação crescente do Vaticano” com este setor e têm um interlocutor Dicastério para a Evangelização e “é muito bom”, depois, os responsáveis “mostraram o desejo e o querer constituir uma equipa de apoio” tendo por base as pastorais nacionais, “para que se receba o mundo do turismo e as realidades diferentes”.
Neste sentido, o sacerdote português, da Diocese do Algarve, explica que, “pela primeira vez, teve um país de África” num Congresso Mundial do Turismo, segundo “a indicação que deram, a Guiné Equatorial”, e destacou o “interesse grande” neste setor “da República Dominicana, que foi o país da América Latina mais presente”.
No sábado, os participantes realizaram uma peregrinação jubilar à Basílica de São Pedro, com passagem pela Porta Santa “por todos os participantes”, “marcante para todos” os portugueses, o que foi, refere o entrevistado, “o momento mais profundo deste congresso, e foi bastante interessante”, porque foi “fazer Pastoral do Turismo aos próprios agentes da Pastoral do Turismo”, que nem sempre saboreiam o que organizam.
A delegação portuguesa, liderada pelo padre Miguel Neto, no IX Congresso Mundial do Turismo era constituída por seis participantes: Quatro pessoas da Pastoral do Turismo – Portugal, e dois elementos da equipa da Diocese de Coimbra.
CB/OC