Chefes nacionais apresentam edição deste ano, que conta com quatro novas missões, destacando impacto do projeto nas localidades e nos missionários
Lisboa, 03 fev 2025 (Ecclesia) – A edição de 2025 do projeto católico de universitários ‘Missão País’ vai levar cerca de quatro mil e 200 participantes, de 60 faculdades, a 73 localidades do país, numa semana de fé, serviço e caridade.
“Há sempre mais missões a abrir, este ano foram quatro e esperamos continuar a crescer para que mais pessoas possam missionar e também para que mais localidades possam ser missionadas”, afirmou António Líbano Monteiro, um dos chefes nacionais da Missão País 2025, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.
A também chefe nacional Madalena Marques Videira explica que este é um projeto que junta o serviço e a fé, com o “desejo de levar Jesus e de evangelizar Portugal através do serviço”, destacando que a semana é vivida de “forma verdadeira e intensa”.
Durante sete dias, 50 missionários, oito chefes nacionais, um padre e, em algumas missões, seminaristas e uma irmã ou consagrada, realizam missão numa região isolada de Portugal, na pausa letiva entre semestres, visitando lares, creches, escolas, levando alegria porta a porta, e preparando um teatro.
“Eu acho que os jovens hoje em dia têm muito esta sede de procurar isso”, afirma António Líbano Monteiro, realçando que a “’Missão País’ é um meio privilegiado para tirar uma semana de férias para viver numa realidade completamente distante daquilo que é do seu dia-a-dia”.
Madalena Marques Videira descreve que “é uma maravilha ver a vontade de tanta gente” de ir para “um meio completamente diferente para missionar”.
“E, por isso, cada ano há mais inscrições, o que é mesmo espetacular. Nós, este ano fomos quatro mil missionários, como disse, mas as inscrições são sempre superiores a isso e, por isso, há sempre uma vontade de abrir mais missões, porque não queremos negar a ninguém este desejo de missionar”, salienta a jovem.
Madalena Marques Videira e António Líbano Monteiro conheceram a ‘Missão País’ através do movimento de Schoenstatt, na origem do projeto católico de universitários, tendo os dois crescido com a vontade de integrar a experiência.
“Toda a gente que eu conhecia e dos meus círculos falava da ‘Missão País’ como se fosse esta experiência altamente gratificante e transformadora na vida de uma pessoa e obviamente quis experimentar isso e quis ver isso”, afirma o jovem. Já a chefe nacional relata que na “teve a graça” de fazer parte da ‘Missão País’ no primeiro ano em que se inscreveu, ao contrário de António, e que, a partir daí, apaixonou-se pelo projeto, uma vez que “é uma semana muito verdadeira”, com uma rampa de fé que ajuda a viver o ano. |
Uma das características do projeto católico de universitários é que a missão de cada faculdade fica três anos na mesma localidade, sendo o primeiro deles “o mais difícil”, segundo Madalena.
“Não é nada óbvio chegarmos a uma localidade e as pessoas abrirem-nos as portas, ou seja, eu penso que se fosse no meu caso também teria sempre alguma resistência em abrir as portas e, por isso, o primeiro ano é sem dúvida o mais exigente neste sentido”, testemunha.
Já no segundo ano, em que se dá uma “transformação”, a chefe nacional dá conta que as pessoas já conhecem os missionários, já sabem que vão lá para as ouvir, culminando com os jovens a receber “infinitamente mais” do que aquilo que dão, acreditando ainda assim que de alguma forma transformam as localidades.
O terceiro ano é aquele em que acontece a “despedida”, isto é um envio, tanto para a localidade como para os missionários, que sentem saudades logo no dia em que termina a missão.
“Apetece sempre ficar mais tempo e conhecer aquelas pessoas melhor, e ajudar mais, mas de facto a proposta que temos é uma semana por ano, durante três anos”, realça António Líbano Monteiro.
O jovem conta que há vários casos em que a presença da Missão País contagiou as comunidades, “avivou ali uma chama”, dando lugar a novos projetos, a “uma catequese mais bem feita” e ao início de campos de férias.
Para os missionários, a ‘Missão País’ não termina na experiência que os reúne durante uma semana, sendo promovidos encontros entre os universitários após os dias em que estiveram juntos.
“A ‘Missão País’ traz uma coisa muito boa, que é amigos e bons amigos, portanto amigos em Cristo”, refere Madalena, destacando que isso é visível “na faculdade, nas alturas de estudo”.
“Surgem sempre coisas boas a partir daí ou iniciativas como missas ou os NECs ganham sempre mais vida, portanto os Núcleos de Estudantes Católicos ganham sempre mais vida depois das missões e que bom que é ver isso a acontecer, ou terços, ou ir visitar as localidades às vezes também”, exemplifica.
A ‘Missão País’ 2025 tem como tema “Não perturbe o vosso coração”, do Evangelho de João, e a cor lilás, que representa o caminho, a inquietação e a transformação.
HM/LJ/PR