«A Vida Consagrada é um desafio que faz à sociedade atual a não se esquecer do essencial» – Irmã Alzira Ferreira
Lisboa, 28 fev 2025 (Ecclesia) – A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) dinamiza o Jubileu da Vida Consagrada, que vai reunir religiosas e religiosos dos Institutos de Vida Consagrada, este sábado, das 11h00 às 18h00, no Santuário de Fátima.
“Esperamos que seja um número expressivo, e queremos que seja um sinal, talvez um desafio, o desafio de que tenhamos consciência de sermos peregrinos de esperança, é o tema do jubileu”, disse o presidente da CIRP, em entrevista à Agência ECCLESIA.
“Temos de sair do nosso interior, do nosso aconchego, ir a todas as periferias e partir em direção a lugares muitas vezes inóspitos, penso que é o grande desafio que nos é colocado e, naturalmente, um jubileu é sempre um tempo forte para nos ajudar a concentrarmo-nos nesse desafio”, acrescentou o padre Adelino Ascenso.
A irmã Alzira Ferreira, vogal da direção da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, sublinhou que “este exercício é um grande desafio”, e realça que isso tem que partir dos consagrados irem “ao encontro do outro”.
“Sairmos um bocadinho da nossa comodidade para irmos e estarmos junto daqueles mais vulneráveis que precisam da vida consagrada no tempo de hoje e em Portugal de hoje; tem que ser o mote principal da nossa vida, peregrinas de esperança hoje e sempre e em cada comunidade, em cada lugar onde nos encontramos”, acrescentou a irmã das Dominicanas de Santa Catarina de Sena.
A Igreja Católica está a viver o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da Igreja Católica que foi proclamado por Francisco na bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), e começou com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro pelo Papa, na noite de 24 de dezembro de 2024, e termina a 6 de janeiro de 2026.
“A esperança está ligada a uma certeza e à confiança, não é um otimismo superficial. É algo que pode também acarretar muitas dificuldades, pode acarretar muitos perigos, mas que está baseada, alicerçada, ancorada na confiança”, assinalou o presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal.
“A vida consagrada tem que estar também ancorada nesse mistério. Se não tornamo-nos demasiado banais, e é ancorados nesse mistério que tomamos esta decisão da vida consagrada. A vida consagrada que não é só os padres e as irmãs, a consagração em si significa que nós entremos naquilo que é a essência do humano e é a nossa própria essência”, desenvolveu o padre Adelino Ascenso, missionário da Boa Nova.
O Jubileu da Vida Consagrada dos Institutos Religiosos de Portugal vai realizar-se no âmbito deste Ano Santo 2025, este sábado, dia 1 de março, com um programa variado entre as 11h00 e as 18h00, no Santuário de Fátima.
Segundo a irmã Alzira Ferreira, o Jubileu da Vida Consagrada é uma forma de “juntas ou juntos” viverem “esta caminhada” e congregarem-se “em Fátima é um sinal de grande esperança, não só para a vida consagrada, mas para a Igreja em Portugal”.
“A vida consagrada é realmente um desafio que faz à sociedade atual a não se esquecer do essencial; este encontro da vida consagrada lança-nos este grande desafio de visibilidade para a Igreja e para a sociedade atual em Portugal”, desenvolveu a consagrada, vogal da direção da CIRP, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.
O Jubileu da Vida Consagrada começa com a celebração da Eucaristia, presidida por D. Rui Valério, patriarca de Lisboa e delegado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para a Vida Consagrada, às 11h00, na Basílica da Santíssima Trindade; na parte da tarde, há adoração eucarística, pelas 14h30, o bispo de Lamego, D. António Couto, faz uma reflexão sobre o jubileu, segue-se um momento cultural e a entrega de um símbolo, no Auditório do Centro Pastoral Paulo VI.
A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal organiza depois o 40º encontro nacional da vida consagrada, este ano com o tema ‘Sinais de Esperança da Vida Consagrada no Mundo’, de 2 a 4 de março, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.
PR/CB/OC