Igreja/Portugal:  Jornada Nacional de Arquitetura e Artes é oportunidade de «formação e diálogo entre os atores»

Isabel Maria Alçada Cardoso destaca que após cada uma das «conferências fundamentais» há uma conversa de 45 minutos

Lisboa, 07 nov 2025 (Ecclesia) – O Serviço de Arquitetura e Artes para a Liturgia,  da Igreja Católica em Portugal, está a realizar a sua segunda jornada nacional, para colmatar a “necessidade de formação e diálogo”, esta sexta-feira e sábado, em Fátima.

“Estas jornadas pretendem ser sobretudo jornadas de formação, porque a perspetiva que temos é que há uma necessidade de formação e diálogo entre os atores da arquitetura e das artes para a liturgia, ou seja, todos os autores, desde os encomendadores às comissões, aos artistas, aos arquitetos, etc. Todos os envolvidos”, disse a diretora do Serviço de Arquitetura e Artes para a Liturgia, esta sexta-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O programa da II Jornada Nacional de Arquitetura e Artes para a Liturgia tem “conferências fundamentais”, e Isabel Maria Alçada Cardoso destaca que “são os momentos formativos por excelência”, mas, depois, existem momentos de conversa, de “diálogo interdisciplinar”, a seguir a cada conferência, com “grupos de trabalho interdisciplinares” que vão refletir sobre o tema da conferência e dialogar.

“Muitas vezes nós ouvimos a conferência, e é muito bem, mas para que ela possa sedimentar-se no nosso pensamento, na nossa ação, é importante também dialogarmos. E, portanto, este ano introduzimos esta novidade de haver um diálogo de 45 minutos no seguimento da conferência”, acrescentou a responsável.

As três conferências são ‘Liturgia e espaço litúrgico’, ‘Arquitetura para a Liturgia’ e ‘Artes para a Liturgia’, que têm como oradores respetivamente o padre Joaquim Félix de Carvalho, esta sexta-feira, e o arquiteto Pedro Marques de Abreu, e o padre jesuíta João Norton de Matos, que também tem formação em arquitetura, no sábado.

‘Formação em Arquitetura e Artes para a Liturgia: fundamentos’, é o tema II Jornada Nacional de Arquitetura e Artes para a Liturgia, hoje e sábado, dias 7 e 8 de novembro, na Domus Carmeli, dos Carmelitas Descalços, em Fátima.

O padre Carlos Alexandre Pinto, do grupo de trabalho do Serviço de Arquitetura e Artes para a Liturgia, realça que ter pessoas qualificadas é “um nível já bastante desenvolvido” de um processo que “nunca está acabado”, e explica que se por um lado o Concílio Vaticano II faz a “referência da importância das artes e da formação”, seja do âmbito litúrgico, seja do âmbito de cada um dos artistas ou intervenientes nestes processos, “é um processo que não está acabado”, e torna-se urgente ajudar as comunidades “a mudar um bocadinho este olhar porque a sua experiência parte sempre daquilo que é o antigo”.

“O Concílio vem-nos dar uma perspetiva de assumirmos a nossa contemporaneidade, do nosso viver no presente e, às vezes, parece que esse salto não foi dado. E estas iniciativas do Serviço Nacional de Arquitetura e Artes para a Liturgia vêm ajudar, mais do que resolver o problema, a que este processo tenha a sua continuidade”, acrescentou o sacerdote, no Programa ECCLESIA, desta sexta-feira, transmitido na RTP2, onde comentaram a liturgia do próximo domingo.

O padre Carlos Alexandre Pinto, pároco de Almargem do Bispo, explica que percebem que as pessoas, quando entram num espaço antigo, “identificam-no como uma igreja”, o que significa que, de alguma forma, “aquele espaço reflete para elas esta relação com o transcendente”, por isso, o espaço contemporâneo tem também “de ser capaz de o fazer, a partir dessa linguagem, “mais figurativa ou mais simplificada, tem de continuar a fazer ou a produzir, essa experiência no crente”.

A diretora do Serviço de Arquitetura e Artes para a Liturgia explica ainda que realizam esta jornada nacional na proximidade da data da celebração da dedicação da Basílica de São João de Latrão (9 de novembro).

“A igreja Mãe de todas as igrejas. Este sentido de perceber que a igreja como espaço acolhe a Igreja que, no fundo, é a comunidade de todos os batizados, esta assembleia santa, este povo de Deus que se reúne para louvar o Senhor. E é importante ter esse olhar”, acrescentou Isabel Maria Alçada Cardoso, que destacou ainda a escolha para o cartaz da imagem de uma lápide sepulcral de uma catacumba de Roma, que “também se insere no Ano Jubilar”.

Segundo o programa desta iniciativa do serviço do Secretariado Nacional de Liturgia (SNL), da Igreja Católica em Portugal, há também uma exposição e conversa, sobre ‘Do atelier à liturgia: As alfaias da JMJ Lisboa 2023’, com o artista Avelino Leite.

HM/CB/PR

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