Apelo deixado no encontro de formação do Clero do Sul
Portimão, 20 jan 2017 (Ecclesia) – O encontro de formação para o Clero do Sul, que decorreu entre 16 e 19 de janeiro em Portimão, sublinhou a importância da comunicação digital para a pastoral e a evangelização da Igreja Católica.
“Para levar Cristo às periferias é necessário integrar a mensagem cristã na nova cultura digital e passar de uma pastoral de conservação para uma pastoral sempre missionária”, refere o comunicado final do evento, enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Para os bispos, sacerdotes e diáconos das dioceses do Algarve, Évora, Beja e Setúbal, “não adianta diabolizar a tecnologia”, nem tão pouco colocar “em confronto” os “dois mundos, o físico e o digital”, porque o fim último da missão da Igreja mantém-se, levar Cristo ao coração das pessoas.
“Não é a mediação tecnológica que faz a realidade das experiências, ou a fisicidade que as torna autênticas, mas o que se vive com o coração a partir dessas mediações”, apontam aqueles responsáveis, lembrando que “o que está em causa é a comunicação da fé”, que é feita sobretudo a partir do “testemunho”.
E nisso a “net” é uma mais-valia porque “a sua natureza é social, de comunicação em rede, criando grupos de amigos sempre a crescer”.
“São pessoas que partilham, que confiam nos testemunhos; partilham a vida, as suas interpretações e os seus conhecimentos. Aqui entra também a fé: na escuta, nos diálogos e na partilha dos problemas humanos”, pode ler-se.
O encontro de formação do Clero do Sul reúne em Portimão teve em cima da mesa o tema ‘Levar Cristo às periferias humanas e existenciais: os novos areópagos’.
Este ano, a iniciativa contou com a participação de oradores como o selecionador nacional de futebol, e campeão da Europa, Fernando Santos; e o diretor da revista ‘La Civiltà Cattolica’ em Roma, o padre jesuíta italiano Antonio Spadaro.
Também Guilherme d’Oliveira Martins, antigo membro do Governo e atual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian; o musicólogo Rui Vieira Nery e Rui Marques, coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados.
Os membros do Clero do Sul concluíram o seu encontro com uma referência à situação dos refugiados que batem atualmente à porta de Portugal e da Europa, um problema a que a Igreja Católica “não pode ficar indiferente”.
“Seria uma bela prenda oferecida ao Papa se, quando ele vier a Portugal, em Maio próximo, as instituições eclesiais tiverem acolhido o dobro dos refugiados que, até ao momento, foram recebidos no nosso país”, consideram os responsáveis católicos.
JCP