Responsávels católicos prestam homenagem a «defensor da Comunidade Cigana e dos seus 500 anos de história», contra a «estereotipagem das suas comunidades»
Lisboa, 19 set 2024 (Ecclesia) – Francisco Monteiro, que foi diretor-executivo da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos (ONPC) durante 26 anos (1997-2023), um serviço da Igreja Católica em Portugal, faleceu esta quarta-feira, informou o Secretariado Nacional da Mobilidade Humana, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, a Direção Nacional da Pastoral dos Ciganos e o Secretariado Nacional da Mobilidade Humana, “manifestam o profundo pesar pelo falecimento do Dr. Francisco Monteiro, acreditando que estará nos braços do Pai”.
Em nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, o Secretariado Nacional da Mobilidade Humana informa que as exéquias vão decorre na Basílica da Estrela, em Lisboa: o velório esta sexta-feira, a partir das 18h00, seguindo-se a Eucaristia às 19h30; no sábado, a Missa começa às 14h00, seguindo o funeral para o cemitério de São João.
Francisco Monteiro é recordado como um “defensor da Comunidade Cigana e dos seus 500 anos de história” que fez um “caminho notável em defesa desta etnia e contra a estereotipagem das suas comunidades”.
“No exercício das suas funções de diretor-executivo da ONPC ressaltou sempre a importância de haver um equilíbrio das diferenças no trabalho com os ciganos e com a sua inclusão. Trabalhou com todos, na promoção da dignidade humana dos que viviam à margem, em projetos de alfabetização e evangelização, apoiando muitas famílias na defesa de mais e melhor habitação”, refere a nota.
Francisco Monteiro, “fiel ao Evangelho e à Palavra diariamente rezada”, protagonizou a Igreja em saída, que o Papa Francisco menciona”, presencialmente e através do jornal ‘Caravana’, uma publicação da ONPC, e “serviu o propósito de defesa dos direito humanos e denúncia de injustiças sofridas” pela Comunidade Cigana, “residente em situações precárias ou nómadas à força”, e lutou por dar visibilidade às suas pequenas conquistas.
A direção da Pastoral dos Ciganos destaca a “grande dedicação” do seu anterior diretor-executivo, a sua defesa pela “habitação digna para a Comunidade Cigana”, que sempre advogou junto das entidades públicas, como as autarquias.
Por sua vez, a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e os seus Secretariados Nacionais lembram a “entrega apaixonada, a humildade, generosidade e amizade” com que Francisco Monteiro “serviu aos pobres mais pobres”.
“Queremos apresentar à sua família os sinceros sentimentos de solidariedade e gratidão pelo grande e dedicado serviço prestado; rezamos com a família, pedindo também a intercessão do Beato Zefferino Giménez e da Beata Emília, para que o Senhor o receba na sua infinita misericórdia”, concluem os responsáveis.
CB/OC