Vice-presidente da CEP encerrou encontro nacional, com representantes das várias dioceses
Fátima, 11 jan 2025 (Ecclesia) – O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Virgílio Antunes, saudou hoje em Fátima o desejo de prosseguir o processo sinodal na Igreja Católica em Portugal
“Gostaria de destacar a presença em grande número de todos nós. Para mim, para todos, é um sinal evidente de que estamos desejosos de dar continuidade a este processo de sinodalidade e que percebemos o seu alcance”, referiu o bispo de Coimbra, no final do Encontro Sinodal nacional.
Perante 300 participantes, das várias dioceses portuguesas, o responsável católico admitiu que a “receção” do Sínodo 2021-2024 seja mais rápida do que o habitual, por responder a uma vontade partilhada por muitas pessoas.
“Nós, em Portugal, desejamos uma Igreja viva, desejamos uma Igreja convertida, uma Igreja humilde, uma Igreja evangelizadora, e estamos disponíveis para construir uma Igreja sinodal”, apontou.
O bispo de Coimbra sublinhou a necessidade de promover uma “espiritualidade sinodal”, promovendo o “fortalecimento de uma fé vivida em Igreja”.
“É uma Igreja em caminho, em que todos os seus membros são chamados à participação e, portanto, há corresponsabilidade, no respeito por aquilo que são os carismas e os dons do Espírito Santo em ordem aos diferentes ministérios”, precisou.
Para o vice-presidente da CEP, o encontro de hoje “renova a esperança de que a Igreja tem caminho e a Igreja tem futuro”.
A iniciativa teve como objetivo refletir sobre o documento final do Papa Francisco e da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade e a sua aplicação prática nas comunidades.
Destinado aos membros das Equipas Sinodais e dos Conselhos Pastorais de cada diocese, este encontro contou também com a presença de vários bispos de Portugal.
A manhã de trabalhos iniciou-se com as palavras de abertura de D. José Ornelas, presidente da CEP, seguindo-se uma apresentação do documento final do Sínodo 2021-2024, trabalhos de grupo e dois plenários.
Os participantes, divididos por 36 grupos, deixaram sugestões de implementação das propostas do Sínodo 2021-2024,
Anabela Sousa, da Equipa Sinodal da CEP, apresentou uma síntese dos trabalhos, sublinhando que “sinodalidade não é uma opção, mas uma característica essencial da Igreja, do presente e do futuro”.
Recordando as reflexões apresentadas ao final da manhã, a síntese apontou a “uma maior consciência de que cada batizado é protagonista da missão da Igreja e que os organismos de participação eclesial devem ser espaços de escuta para concretizar essa mesma missão”.
“É preciso vencer o medo da novidade e cultivar na Igreja uma pastoral digital, acolher os jovens, dando-lhes maior abertura e protagonismo”, acrescentou Anabela Sousa.
A intervenção evocou ainda as propostas lançadas durante a segunda sessão dos trabalhos de grupo, orientados pela questão “Como concretizar a Sinodalidade na vida das comunidades?”.
“No final deste dia de exercício prático da sinodalidade, os participantes concluíram que é urgente dar a conhecer e oferecer uma síntese prática do documento a todas as comunidades e que se revela necessário realizar um novo encontro nacional, no prazo de um ano, para avaliar as boas práticas daquilo que se realizou”, concluiu.
OC
A XVI Assembleia Geral do Sínodo, cuja segunda sessão decorreu de 2 a 27 de outubro de 2024, teve como tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’; o processo lançado pelo Papa começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021, e a primeira sessão sinodal decorreu em outubro de 2023.
Francisco promulgou o documento final e enviou-o às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal, uma possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio‘ (2018). A CEP anunciou que as próximas Jornadas Pastorais do Episcopado (16 a 18 de junho de 2025) vão ser dedicados à “sinodalidade no seio da Conferência Episcopal, de forma a aprofundar o espírito sinodal e prosseguir um caminho de aperfeiçoamento nos seus processos de atuação”. |