Igreja/Portugal: Escutismo católico tem de dar «esperança»

Conferência Episcopal assinala, em nota pastoral, os 90 anos de existência do Corpo Nacional de Escutas

Lisboa, 25 mai 2013 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) desafiou os membros do Corpo Nacional de Escutas (CNE), que celebram 90 anos no país, a serem um sinal de “esperança” para a sociedade.

“O Escutismo veio dar resposta a algumas visões mais céticas sobre a juventude dos ‘novos tempos’, reafirmando que vale a pena acreditar numa nova humanidade, vale a pena acreditar em cada jovem, vale a pena ter esperança. Esse dado continua hoje a ser marcante”, refere a nota pastoral publicada no último mês de novembro pelos bispos a respeito do CNE, que completa 90 anos em Portugal esta segunda-feira e celebra esse aniversário em Braga, entre hoje e domingo.

O CNE nasceu em Braga a 27 de maio de 1923 pelas mãos do arcebispo D. Manuel Vieira de Matos e do monsenhor Avelino Gonçalves.

O documento, publicado pela Agência ECCLESIA, manifesta o “grande apreço” dos bispos pelo que classificam como “valoroso e inegável contributo para a educação integral dos jovens” do escutismo católico.

“É nosso desejo exortar o Escutismo Católico Português a perseverar na missão que lhe é confiada desde a sua fundação: contribuir para que as crianças e jovens descubram Cristo como o sentido último das suas vidas”, pode ler-se.

O Movimento Escutista é apresentado como “uma força ao serviço da esperança de que o mundo tanto necessita” e como um “precioso instrumento de evangelização” para a Igreja, “quer através do reconhecimento da Natureza enquanto obra criada por Deus, quer no serviço aos outros segundo a opção preferencial pelos mais pobres”.

Os membros do episcopado definem o CNE como um “movimento de fronteira”, que se destaca pela capacidade de “cativar os que ainda não estão inteiramente em sintonia de valores ou ideais”, para lhes propor “o caminho da fé cristã vivida em Igreja e traduzida em caridade”.

A nota pastoral refere que o Escutismo surgiu com o objetivo de “transmitir esperança aos jovens que viviam na ociosidade”, desafiando-os a serem “artífices do seu próprio desenvolvimento”.

Após apresentar uma síntese do percurso histórico do CNE, a CEP observa que, apesar de o Movimento Escutista não estar vinculado a nenhuma confissão religiosa em particular, “é inegável a influência religiosa nos escritos e propostas de Baden-Powell”, seu fundador.

A nota apela a uma caminha de “comunhão”, interna e externamente, para que os escuteiros católicos possam reforçar o “sentido da unidade e da comum pertença”.

“O pressuposto de que o CNE faz parte da Igreja deve estar sempre presente, inclusive na definição de objetivos e na partilha da comum missão da Igreja”, destacam os bispos.

O documento deixa, em conclusão, um elenco de “cinco desafios que se apresentam hoje ao CNE e que podem definir o seu futuro”: identidade, abertura, integração, comunhão e evangelização.

“A melhor forma de viver o Escutismo consiste em fazê-lo de forma autêntica, segundo a sua pedagogia própria, na adaptação aos tempos novos e na fidelidade aos seus princípios”, refere a CEP.

OC

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