Igreja/Portugal: Encontro Sinodal defende valorização dos organismos consultivos nas dioceses e paróquias

Iniciativa promovida pela CEP reuniu 300 participantes, analisando propostas saídas de processo iniciado em 2021

Foto: RIcardo Perna

Fátima, 11 jan 2025 (Ecclesia) – O Encontro Sinodal nacional, promovido hoje em Fátima pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), defendeu a necessidade de “ativar e fortalecer os órgãos de consulta” da Igreja Católica, alargando a participação e responsabilidade dos católicos.

Os 300 participantes das várias dioceses, divididos por 36 grupos, apresentaram as conclusões dos encontros que mantiveram ao longo do dia, incluindo a proposta de criar “conselhos pastorais em todas as paróquias e/ou unidades pastorais” das dioceses portuguesas.

No segundo momento de debate entre os participantes, os vários grupos deixaram sugestões de implementação das propostas do Sínodo 2021-2024, que visam alargar os espaços de escuta e participação, visando uma “liderança partilhada, próxima e criativa”, a todos os níveis.

Os participantes assumiram o desejo de que se dinamizem os conselhos pastorais, aos vários níveis, procurando “potenciar as estruturas de sinodalidade existentes”, com maior representatividade dos vários membros da comunidade

O número 107 do Documento Final da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, aprovado pelo Papa, recorda as “experiências de reforma e boas práticas já existentes, como a criação de redes de conselhos pastorais ao nível de comunidades de base, paróquias e zonas, até ao conselho pastoral diocesano”.

O Conselho Pastoral Diocesano é um órgão de corresponsabilidade com a missão de “investigar e ponderar o concernente às atividades pastorais da diocese e propor conclusões práticas”, segundo determina o Código de Direito Canónico.

A valorização do método sinodal, em particular a “conversação do Espírito” nos vários níveis da vida da Igreja, foi outra questão referida em várias intervenções.

Os grupos apontaram as áreas do acompanhamento e acolhimento como prioridades para as comunidades católicas, pedindo ainda mudanças nos “modelos de formação”, em particular nos seminários.

O Encontro Sinodal destacou a necessidade de “criar hábitos sistemáticos de avaliação nas comunidades”, com a ajuda de grupos de trabalho, para superar a “pastoral de manutenção”.

A valorização das famílias e a criação de “novas formas de agir” foram outas das medidas de “concretização” da sinodalidade.

A iniciativa teve como objetivo refletir sobre o documento final do Papa Francisco e da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade e a sua aplicação prática nas comunidades.

Destinado aos membros das Equipas Sinodais e dos Conselhos Pastorais de cada diocese, este encontro contou também com a presença de vários bispos de Portugal.

A manhã de trabalhos iniciou-se com as palavras de abertura de D. José Ornelas, presidente da CEP, seguindo-se uma apresentação do documento final do Sínodo 2021-2024, trabalhos de grupo e dois plenários.

Um dos grupos sugeriu que o encontro nacional se repita em 2026 para apresentar “boas práticas” implementadas.

O programa do dia é encerrado por D. Virgílio Antunes, vice-presidente da CEP

OC

A XVI Assembleia Geral do Sínodo, cuja segunda sessão decorreu de 2 a 27 de outubro de 2024, teve como tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’; o processo lançado pelo Papa começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021, e a primeira sessão sinodal decorreu em outubro de 2023.

Francisco promulgou o documento final e enviou-o às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal, uma possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio‘ (2018).

A CEP anunciou que as próximas Jornadas Pastorais do Episcopado (16 a 18 de junho de 2025) vão ser dedicados à “sinodalidade no seio da Conferência Episcopal, de forma a aprofundar o espírito sinodal e prosseguir um caminho de aperfeiçoamento nos seus processos de atuação”.

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