«O cristianismo é uma vida, e a vida descobre-se todos os dias, a liturgia é este alimento, que todos os dias é novo» – Isabel Alçada Cardoso

Lisboa, 23 jul 2025 (Ecclesia) – O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, que vai decorrer em Fátima entre os dias 28 e 31 de julho, tem o “intuito de valorizar a vida cristã” e é uma ocasião de formação “para e pela liturgia”.
“É um momento não só de formação litúrgica para e pela liturgia, mas também convívio com outros cristãos e outras pessoas, no fundo, que vivem uma experiência de vida cristã em pleno”, disse Isabel Alçada Cardoso, do Secretariado Nacional de Liturgia (SNL), esta quarta-feira, 23 de julho, em entrevista à Agência ECCLESIA.
‘Liturgia – Encontro com Jesus Cristo’, é o tema do 49.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica (ENPL), iniciativa da Igreja Católica em Portugal, promovido pelo SNL, que, segundo a entrevistada “assenta, sobretudo, no Ano Santo, Ano Jubilar”, dedicado à esperança.
Isabel Alçada Cardoso, que é também a coordenadora Serviço de Arquitetura e Artes para a Liturgia do SNL, explica que este encontro nacional “tem precisamente o intuito de valorizar a vida cristã”, e salienta que “é indissociável da vida litúrgica e do conhecimento litúrgico, da prática litúrgica”.
O programa do Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica é constituído por momentos de reflexão, com quatro conferências, ensaios, formação litúrgica por grupos, destinadas aos padres, aos acólitos, os leitores, catequistas, músicos e MECs – os ministros extraordinários da comunhão, no Centro Pastoral Paulo VI, e momentos celebrativos e de oração, na Basílica da Santíssima Trindade e na Capelinha das Orações.
O programa deste ano, destaca a entrevistada, teve “uma ligeira alteração”, nas manhãs têm a parte celebrativa e de formação para a liturgia, “as grandes conferências”, cada dia começa com “a oração de laudes”, continua com a reflexão, têm “ensaios, de cânticos”, e a Missa.
Nos dias 29 e 30 de julho, na parte da tarde, realizam-se as “formações mais práticas”, específicas, para os participantes que exercem diversos ministérios, “ou gostariam de exercer, ou querem ter algum esclarecimento”, são “grupos mais pequenos” onde podem “fazer perguntas, entrar num diálogo, numa conversa”, e, depois, replicar nas dioceses, nas paróquias, “nas suas comunidades, nos seus movimentos”.
O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica 2025 insere-se também na “esteira” da Carta Apostólica ‘Desiderio Desideravi’ (Desejei ardentemente), sobre a “formação litúrgica do Povo de Deus”, do Papa Francisco.
Isabel Alçada Cardoso cita também Leão XIV, o discurso aos responsáveis de um grupo das Igrejas Orientais (14 de maio) – ‘Quanta necessidade temos de recuperar o sentido do mistério, tão vivo nas vossas liturgias, que abrangem a pessoa humana na sua totalidade […]’ -, e explica que o 49.º ENPL “tem precisamente este objetivo, ou tem esta pretensão”, com os seus vários momentos, “tempo dedicado ao estudo e à prática da oração”.
Para a entrevistada, membro do Secretariado Nacional de Liturgia, “é fundamental perceber” que, no fundo, estes encontros de formação litúrgica e de boas práticas litúrgicas “têm contribuído na renovação da liturgia em Portugal, na esteira da recessão do II Concílio do Vaticano”.
“Podemos achar que o Concílio do Vaticano foi nos anos 60 e está tudo acabado. Não, continuamos na recessão deste concílio. E porque o cristianismo é uma vida, e a vida descobre-se todos os dias, a liturgia é este alimento, mas que todos os dias é novo”, concluiu Isabel Alçada Cardoso, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2.
PR/CB