Igreja/Portugal: «Deixado a si próprio, o mundo corre o risco de redundar em nada» – D. Manuel Clemente

Cardeal-patriarca elogiou Simpósio do Clero como oportunidade de os padres se sustentarem mutuamente

Fátima, 07 set 2018 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, afirmou que são precisas ocasiões como o Simpósio do Clero para que os padres se sustentem “mutuamente” no serviço que realizam em cada diocese e no conjunto da Igreja.

“Deixado a si próprio, o mundo corre o risco de redundar em nada, ou até no contrário do que devia ser. A começar pelo mundo que cada um transporta em si próprio, neste grande campo de batalha que é o coração humano”, disse, esta quinta-feira, na homilia da Eucaristia conclusiva do encontro nacional.

O cardeal-patriarca de Lisboa observou que “dois milénios” de Cristianismo demonstram a seguinte opção: “Ou estamos com Cristo, ou não alcançamos nada”.

No encerramento do Simpósio do Clero, que decorreu no Centro Paulo VI, desde segunda-feira, D. Manuel Clemente salientou que “quando o mundo, no sentido fraco do termo, invade a Igreja”, ela também se “mundaniza”.

“Se esta formação não assentar no reconhecimento convicto de que só com Cristo o mundo, interior e exterior a cada um de nós, se pode transformar em Reino, nada faremos legitimamente como Igreja – a sua Igreja”, acrescentou, numa intervenção publicada no sítio online do Patriarcado de Lisboa.

O 25.º Simpósio do Clero em Portugal, com o tema ‘O Padre: ministro e testemunha da alegria do Evangelho’, reuniu mais de 400 participantes.

“Vivemos nestes dias um excelente Simpósio do Clero, que tão bem nos fez em fraternidade e partilha sacerdotais”, realçou D. Manuel Clemente que agradeceu à Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, da Conferência Episcopal Portuguesa, o trabalho desenvolvido.

A homilia intitulada ‘O inesgotável despontar do Reino’ centrou-se na liturgia do dia, no Evangelho onde Jesus manda lançar as redes outra vez, uma vez que “Pedro e os seus companheiros não tinham apanhado peixe algum” durante a noite.

“Na barca vamos nós, companheiros de Pedro na faina de hoje em dia, correspondendo à vocação que igualmente nos chega da parte de Jesus. Para repetidamente nos deslumbrarmos com o que acontecer depois, se trabalharmos sempre à sua ordem e ao seu modo”, desenvolveu D. Manuel Clemente.

“Tudo aconteça com Ele e a partir d’Ele”, referiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sobre os projetos e os trabalhos que se imponham dos bispos e sacerdotes “para que a glória de Deus seja a vida do mundo”.

O cardeal-patriarca deixou votos de que os padres vivam com atenção à necessidade de “formação permanente” e assumam a sua “condição eclesial, celibatária e desprendida”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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