Bispo diocesano manifestou solidariedade com «as vítimas de todos os tipos de abuso» e disponibilidade para o «real desafio» de um «novo paradigma pastoral»
Lisboa, 02 set 2023 (Ecclesia) – D. Rui Valério tomou hoje posse como patriarca de Lisboa, afirmando disponibilidade para enfrentar o “real desafio” de um “novo paradigma pastoral” na atualidade e sua solidariedade e “presença constante de proximidade” para com “as vítimas de todos os tipos de abuso”.
“Convosco carregarei o fardo do vosso sofrimento, acreditando na redenção”, disse nas palavras que dirigiu aos que participaram na sua tomada de posse, na Sé de Lisboa.
O novo patriarca de Lisboa referiu-se às “vicissitudes eclesiais e culturais das últimas décadas”, que têm sido, para a Igreja, “despertadores para a missão evangelizadora” e constituem um “novo paradigma pastoral”.
D. Rui Valério lembrou que “não são apenas as escolhas profissionais que vão mudando ao “ritmo da oferta do emprego”, nem a “voragem com que hoje se embarca na pluralidade de experiência” para depois se tomar uma decisão, mas a espiritualidade também “adquiriu um ritmo diferente”.
“A dimensão da espiritualidade como que adquiriu um ritmo diferente. É assim – e vão-me perdoar estas expressões – é assim um misto de espiritualidade buffet e self-service em que se tenta dispensar os intermediários e se colhem das várias propostas fragmentos de conveniência, o que constitui para nós um real desafio”, afirmou.
Dirigindo-se aos jovens, D. Rui Valério disse que, com a Jornada Mundial da Juventude, foram “constituídos os principais depositários da Palavra que o Espírito Santo dirigiu à Igreja de Lisboa”.
“Estais convocados para a expressar e nós prontos para a receber”, afirmou.
Para o novo patriarca de Lisboa, o “caminho sinodal, a realização da Jornada Mundial da Juventude e as muitas vidas de santidade, de sacerdotes consagrados e de leigos contribuíram para “um compromisso de evangelização e para um caminho de sinodalidade”.
No início da celebração, D. Manuel Clemente saudou o novo patriarca no “momento inaugural do ministério patriarcal” na cidade e diocese de Lisboa como 18º patriarca.
O agora patriarca emérito lembrou que Lisboa é uma “diocese com tanta história”, que deixa como legado a D. Rui Valério as conclusões do Sínodo Diocesano, realizado em 2016, e a “experiência de mudança” que aconteceu com a Jornada Mundial da Juventude, desejando-lhe “de coração as melhores felicidades pastorais”
Após a tomada de posse, o deão do Cabido da Sé de Lisboa saudou o novo patriarca, afirmando que para além de iniciar uma nova missão na diocese que “conhece bem”, estabelece um “vínculo de confiança mútua” com os seus diocesanos, desejando que a “alegria, confiança e entusiasmo” deste momento “vão sempre crescendo.
O cónego Francisco Tito afirmou depois que Lisboa sempre foi uma Igreja em saída, sentindo-se recentemente “acabrunhada e humilhada” por estar envolvida em narrativas afirmadas “repetida e insistentemente” que “os factos não sustentam”, referindo-se a casos de abuso sexual por membros do clero, afirmando depois o entusiasmo gerado pela “recente experiência da Jornada Mundial da Juventude”.
No início da celebração, D. Rui Valério foi recebido à entrada da Sé pelo Cabido e, após a tomada de posse, foi saudado por representantes da pastoral no Patriarcado de Lisboa.
D. Rui Valério tomou esta manhã posse como patriarca de Lisboa na Sé de Lisboa e, este domingo, preside à Missa de entrada solene na diocese, no Mosteiro dos Jerónimos, às 16h00.
PR