D. Jorge Ortiga sublinha legado do patriarca emérito à Igreja e ao país
Fátima, Santarém, 12 mar 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse hoje que D. José Policarpo deixa um legado “à Igreja e ao país” de profundidade intelectual” e “acutilância” na análise dos “acontecimentos eclesiais e da sociedade civil”.
“Creio que fica a atenção, não apenas à história mas na conjugação da memória dos sinais dos tempos. Enquanto colegas em Roma, e numa perspetiva pessoal, é isso que essencialmente me marcou”, afirmou D. Jorge Ortiga à Agência ECCLESIA.
O cardeal D. José Policarpo, patriarca emérito de Lisboa, faleceu hoje aos 78 anos, vítima de aneurisma na aorta, , anunciou a diocese.
Depois de ter sido presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), entre 1999 e 2005, D. José Policarpo sucedeu em 2011 a D. Jorge Ortiga na presidência da CEP, organismo marcado pela sua “profundidade intelectual” e “acutilância” na análise dos “acontecimentos eclesiais e da sociedade civil”.
Nas reuniões “nem sempre estivemos de acordo, mas a colaboração e o sentido eclesial sempre estiveram presentes”, afirma D. Jorge Ortiga.
“Tive oportunidade de presenciar a sua capacidade de intuir «os sinais dos tempos», uma frase sua”.
O arcebispo de Braga recorda “o tempo de estudo em Roma”, enquanto colegas, e a proximidade na relação: “Sempre nos tratamos por tu. Perdi um amigo”.
Foi com “surpresa e tristeza” que D. Jorge Ortiga recebeu a notícia do falecimento.
“Por coincidência, ontem à noite, mesmo em retiro, ele perguntava-me pela saúde do D. Eurico (arcebispo emérito de Braga); tivemos uma conversa também sobre a forma como D. Tomaz Nunes faleceu (bispo auxiliar de Lisboa falecido em 2010). Esta manhã, quando o vi (D. José Policarpo) ir na maca dos bombeiros para o hospital, veio-me à memória essa situação dramática de tristeza e preocupação”, relata.
As exéquias de D. José Policarpo, presididas pelo patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente, vão ser celebradas esta sexta-feira, às 16h00 na Sé Patriarcal, seguindo depois o corpo para o Panteão dos Patriarcas, em São Vicente de Fora.
O corpo do cardeal vai chegar na quinta-feira à Sé de Lisboa, pelas 15h00, permanecendo em câmara ardente.
PR/LS