Igreja/Portugal: D. José Policarpo afirmou a Igreja «dentro» e «inspirou» a sociedade

Padre Tolentino Mendonça lembra o cardeal patriarca emérito de Lisboa e a sua «obediência à liberdade»

Lisboa, 13 mar 2014 (Ecclesia) – O padre e poeta José Tolentino Mendonça assinalou hoje a capacidade de D. José Policarpo afirmar a Igreja “por dentro”, “não apenas como instituição, mas como inspiração da própria sociedade”, percebendo que o cristianismo “joga-se no diálogo”.

“O lema das suas armas como cardeal é «por obediência à liberdade»: a de espírito, a de pensamento, a espiritual – é um traço que marca o seu percurso onde o intelecto, a razão a cultura estão muito aliadas ao serviço pastoral da Igreja”, afirmou o padre Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), à Agência ECCLESIA.

O poeta e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa afirma que D. José Policarpo “sondar novos caminhos para o cristianismo do futuro”.

“Ele não ficou apenas como um teólogo a pensar a herança do passado, mas tentou ligar a tradição ao presente e ao futuro”.

O cardeal patriarca emérito de Lisboa foi “dos primeiros bispos portugueses a governar de portas abertas”.

“Lembro-me dos primeiros tempos do seu episcopado, quando reuniu com intelectuais, artistas, gente do mundo editorial, gente da comunicação social – havia um esforço grande de construir um caminho escutando a voz dos interlocutores que estão para lá das fronteiras eclesiais”.

Enquanto teólogo, D. José Policarpo deixa uma capacidade de síntese com um olhar “original” sobre a realidade.

“Ele não era simplesmente um investigador ou um cortejador do pensamento dos outros mas tinha um olhar original sobre a realidade e, nesse sentido, percebemos que ele tinha uma enorme facilidade de escrita – é impressionante as suas obras teológicas e que mostram como o fazer teologia acompanhou sempre a sua intensíssima atividade pastoral, emprestando, ao mesmo tempo, um cunho de grande originalidade que agora e nos anos futuros, muito nos dará que fazer”.

O diretor do SNPC sublinha o “testamento espiritual” que são as obras de D. José Policarpo que “caberá a uma nova geração revisitar”.

 

PR/LS

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Agência ECCLESIA

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