Bispo de Setúbal sucede no cargo a D. Manuel Clemente
Fátima, 16 jun 2020 (Ecclesia) – D. José Ornelas, bispo de Setúbal, foi hoje eleito em Fátima como presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para o triénio 2020/2023, sucedendo no cargo a D. Manuel Clemente, informou o organismo, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
A eleição decorreu durante a Assembleia Plenária do organismo católico, inicialmente marcada para abril e adiada por causa do estádio de emergência, face à Covid-19.
O novo presidente da CEP, de 66 anos, era vogal do Conselho Permanente da CEP no último mandato e está à frente da diocese sadina desde 2015, ano em que foi ordenado bispo, depois de ter sido responsável mundial pela Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos).
D. José Ornelas tem acompanhado de perto os problemas sociais na Diocese de Setúbal e, mais recentemente, uniu-se às vozes que condenam “o racismo, a injustiça e a exclusão”, sublinhando que estas não têm lugar na Igreja Católica.
No final de maio, em entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo de Setúbal afirmou que as imagens que têm passado nos meios de comunicação social do Bairro da Jamaica “são uma vergonha para o país”, disse que é preciso “transformar o bairro” e que é fundamental “uma habitação digna”.
Para D. José Ornelas, pedir às pessoas que tenham comportamentos responsáveis na prevenção da propagação da pandemia de Covid-19 implica que tenham os meios “minimamente necessários” e tenham “uma habitação que seja comportável para isso”.
D. José Ornelas Carvalho nasceu a 5 de janeiro de 1954, no Porto da Cruz (Madeira), tendo feito a sua formação religiosa na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos); foi ordenado padre na sua terra natal, a 9 de agosto de 1981.
Especialista em Ciências Bíblicas, com o grau de doutor em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, foi docente desta instituição académica entre 1983-1992 e 1997-2003.
Foi superior da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, cargo que assumiu a 1 de julho de 2000; seria eleito superior geral dos Dehonianos a 27 de maio de 2003, cargo que ocupou até 6 de junho de 2015.
Após estes mandatos, D. José Ornelas Carvalho tinha sido indigitado, a seu pedido, para uma missão em África, mas o Papa Francisco nomeou-o bispo de Setúbal, em agosto de 2015.
Como vice-presidente da Conferência Episcopal foi eleito D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, que era vogal do Conselho Permanente da CEP no último mandato e está à frente da Diocese Coimbra desde 2011, ano em que foi ordenado bispo, depois de ter sido reitor do Santuário de Fátima.
Além do presidente e do vice-presidente, o Conselho Permanente inclui cinco vogais: D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa; D. Manuel Linda, bispo do Porto; D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda; o cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima; e D. Francisco Senra Coelho, arcebispo de Évora.
Nesta lista, são novidades, face ao anterior triénio, o bispo do Porto e o arcebispo de Évora.
O secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, foi reconduzido no cargo.
PR/OC
A CEP foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999 e 2005; é o conjunto dos bispos das dioceses que, para melhor exercerem as suas funções pastorais, põem em comum preocupações e experiências, acertam critérios de ação e coordenam esforços.
A Conferência Episcopal Portuguesa tem um presidente, um vice-presidente e um secretário, cujos mandatos não podem ser exercidos consecutivamente além de dois triénios, de acordo com os estatutos do organismo. O presidente, vice-presidente e secretário com mais quatro bispos eleitos pela Assembleia Plenária constituem o Conselho Permanente, órgão delegado da Assembleia que se reúne ordinariamente todos os meses. A Conferência Episcopal Portuguesa tem ainda como órgãos as Comissões Episcopais para sectores específicos da atividade pastoral; o Secretariado Geral, com funções práticas de expediente, administração e coordenação pastoral; e Secretariados Nacionais, de índole técnica e executiva. O organismo tem delegados episcopais, que asseguram a sua representação permanente junto do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), da Comissão dos Episcopados da União Europeia (COMECE) e dos Institutos de Vida Consagrada. |