Igreja/Portugal: Coordenador da Pastoral da Saúde pede mudança de política

Mortes nas urgências hospitalares são um «alerta»

Lisboa, 20 jan 2015 (Ecclesia) – O coordenador Nacional da Pastoral da Saúde defendeu hoje o aumento de profissionais de saúde nos hospitais para que o sistema funcione e se mude “uma política de saúde incompetente”.

“Alguma coisa que não está bem no país a este propósito e estes alertas são importantes para não deixar as coisas ficar como estão”, assinalou o padre José Manuel Pereira de Almeida, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Na sequência de sete mortes ocorridas nas urgências hospitalares, o sacerdote considerou “muito importante” a capacidade de “indignação” em relação aos serviços quando estes “não estão a funcionar como devem”.

“Claro que não podem funcionar como devem quando não há nem médicos, nem enfermeiros, nem condições técnicas para se desenvolver o serviço que é suposto ser desenvolvido atempadamente e com qualidade”, desenvolve o coordenador Nacional da Pastoral da Saúde, também médico.

Neste contexto, o responsável destaca que o número de profissionais de saúde é inferior aos “níveis necessários em relação às necessidades” e revela que não sabe explicar a contratação de profissionais “vindos de outros lados” quando os portugueses estão a emigrar.

O padre José Pereira de Almeida observa que “sempre” se morreu no hospital mas considera que durante o século XX a morte foi de “algum modo ocultada” uma vez que deixou o ambiente e espaço “da casa e da familiaridade” para ser “vivida” de uma forma discreta ou às vezes “oculta no hospital”.

Neste sentido, o responsável pela Pastoral da Saúde em Portugal destaca “felizmente” o aumento da esperança média de vida, mas alerta que são precisas condições para cuidar “dos mais velhos” para que não sejam “relegados para depósitos onde estão à espera da morte”.

Paulo Macedo, ministro da Saúde, alertou hoje contra o que classificou como “alarmismo e falsidade” que se geram, do seu ponto de vista, ao “somar casos que não têm nada uma coisa a ver com outra”.

Por sua vez, o Ministério da Saúde adiantou esta segunda-feira que as sete mortes nas urgências hospitalares estão a ser avaliadas para perceber se estão relacionadas com o tempo de espera até ao atendimento.

SN/CB/OC

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