Igreja/Portugal: Congresso Eucarístico em Braga quer ser «sinal de esperança», sem deixar «ninguém de fora»

Dádiva de sangue e plantação de árvores sublinham várias dimensões de evento de oração e reflexão sobre tema central da fé católica

Braga, 15 jan 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga disse hoje que o próximo Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que a arquidiocese vai receber de 31 de maio a 2 de junho, quer ser um “sinal de esperança”, para a Igreja e a sociedade, aberto a todos.

“Queremos que esta partilha do pão alimente a esperança e – nos vários outros momentos, culturais, espirituais, pastorais – seja, de facto, este sinal de esperança que a Igreja, presente em Portugal, quer oferecer à Igreja e ao mundo de hoje, não deixando ninguém de fora”, referiu D. José Cordeiro, em conferência de imprensa.

O V Congresso Eucarístico Nacional, com o tema «Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. ‘Reconheceram-n’O ao partir o Pão’» foi apresentado esta tarde no Hotel João Paulo II, no Sameiro, em Braga.

“É um momento de pausa, em que toda a Igreja presente em Portugal se centra naquilo que é o essencial, a Eucaristia. E por reflexões, por celebrações, por peregrinação, no nosso caso, queremos que a centralidade da Eucaristia e do domingo, como a Páscoa semanal, seja ainda mais evidente”, assinalou o arcebispo primaz.

O encontro com os jornalistas deu a conhecer o programa de três dias e o hino do congresso que Braga volta a acolher, cem anos depois de ali se ter realizado o I CEN.

“Não queremos que seja apenas comemorativo, mas queremos que seja projetivo no sentido de abrir ao futuro, porque a Eucaristia é o coração do coração da Igreja. E a Igreja não vive sem a Eucaristia. Sem a Eucaristia não há Igreja”, observou D. José Cordeiro.

Partir o pão, repartir o pão, é a forma sacramental da Igreja. É uma lógica diferente do mundo em que vivemos, nas situações tão delicadas, mas são estes pequenos gestos que acontecem todos os dias, mas sobretudo ao domingo, que na escuta das Escrituras e no partir do pão, nós nos sentimos pertença do Corpo de Cristo, que é a Igreja”.

O arcebispo de Braga desejou que o V CEN seja “um momento de grande celebração, mas sobretudo de fecundidade para a Igreja”, seguindo o dinamismo que aconteceu na Jornada Mundial da Juventude 2023 e lançando o Jubileu de 2025.

Segundo o responsável católico, foi desenhado um programa com o objetivo de chegar a todos, “em especial aos pobres, aos jovens, à ecologia”, incluindo a dádiva de sangue, como sinal de compromisso social, e a plantação de quatro árvores, no Sameiro, após o encerramento do congresso.

“Uma das sugestões que apareceu também, nesta preparação, é que o congresso seja também um contributo para diminuir a pegada ecológica, com plantação de árvores pelas dioceses, nas catequeses, nos grupos de jovens, nas paróquias e movimentos”, acrescentou D. José Cordeiro.

A parte de simpósio vai decorrer nos dias 31 de maio e 01 de junho, no Altice Fórum, sendo o encerramento no Santuário do Sameiro, com a peregrinação desde a Sé de Braga.

Foto: Departamento Arquidiocesano de Comunicações Sociais/Braga

O padre Manuel Barbosa, secretário da CEP, marcou presença no encontro com os jornalistas, elogiando “a envolvência de todas as dioceses” de Portugal, dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica, bem como do Santuário de Fátima.

“Este congresso, com toda a sua envolvência, tem sido preparado, e vai continuar a ser, em conjunto, em equipa, em equipas cada vez mais alargadas, sem abusar do termo, podíamos dizer mesmo de forma sinodal”, observou o porta-voz do episcopado.

Para o padre Manuel Barbosa, o CEN é, sobretudo, “um momento de celebração e oração”.

Em resposta aos jornalistas, D. José Cordeiro admitiu que a quebra no número de sacerdotes, em particular na “velha Europa”, vai obrigar a uma “reconfiguração pastoral das comunidades, para que não falte a Eucaristia e o Evangelho”.

Questionado sobre a crise provocada pelos abusos sexuais, por membros do clero ou em instituições da Igreja, o arcebispo da Igreja destacou os passos dados no sentido da “escuta ativa das vítimas”, com iniciativas para “cuidar, proteger e formar” os agentes das instituições católicas, “para que a Igreja seja cada vez mais a casa da partilha do pão, da confiança e da esperança”.

“A Eucaristia, de facto, é o máximo de expressão da palavra do pão e do perdão”, acrescentou.

LFS/OC

O programa de três dias começa com a conferência inaugural do presidente do Pontifício Comité para os Congressos Eucarísticos Internacionais, padre Corrado Maggioni, que refletirá sobre o tema “Partilhar o pão: Eucaristia e fraternidade”.

Na tarde do dia 31 de maio realiza-se um painel com diversos testemunhos de movimentos eucarísticos: Apostolado da Oração, Confraria do Santíssimo Sacramento e Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima.

A segunda conferência do primeiro dia de trabalhos começa às 17h00 e será proferida pela irmã Luísa Almendra, com o tema “Reconheceram-no ao partir o Pão (Lc 24, 35)”.

No segundo dia do Congresso, 01 de junho, haverá uma terceira conferência, da parte da manhã, intitulada “Alimentar a Esperança” e que será proferida pelo padre Carlos Carneiro.

A partir das 15h00 realizam-se sete workshops sobre temas variados: Hospitalidade; Jovens (JMJ e Eucaristia); Família; Pobres; Ecologia; Espiritualidade eucarística; e Confrarias do Santíssimo Sacramento.

No último dia, 02 de junho, a partir das 07h00, os participantes são convidados a fazerem-se peregrinos e a partirem a pé até ao Sameiro onde decorrerá a Eucaristia de encerramento do V Congresso Eucarístico Nacional.

O hino do V CEN tem por título ‘No pão partido que partilhamos’, com letra de Carlos Poças Falcão, natural de Guimarães, e música do maestro Eurico Carrapatoso.

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