Igreja/Portugal: Comunidade de Santo Egídio trabalha a paz e a capacitação das pessoas num «país pacífico» com «muitos problemas sociais»

Rita Gomes recorda que almoço de Natal reuniu «mais de 100 pessoas», com quem estão «todo o ano, que são amigas»

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 04 jan 2024 (Ecclesia) – A Comunidade de Santo Egídio em Portugal alerta que “as dificuldades das famílias têm aumentado”, trabalhando “muito perto das crianças” e jovens que acompanha nas ‘Escolas da Paz’.

“Nós temos visto umas dificuldades serem aumentadas, com a inflação, com o preço das casas, e isso tem sido uma realidade que temos acompanhando para também dar um bocadinho e colmatar as dificuldades que se sentem no nosso país”, disse Rita Gomes, voluntária desta instituição católica, à Agência ECCLESIA.

A Comunidade de Santo Egídio em Portugal promove anualmente um almoço de Natal, convidou “os mais pobres”, as crianças da ‘Escola da Paz’, as famílias da Plataforma de Ajuda e idosos, e juntou, “como nunca antes, mais do que 100 pessoas”, pessoas com quem estão “todo o ano, que são amigas”, para um dia de festa, de realização de “um sonho”, “todos juntos numa só mesa, que não tem limites, numa mesa que não tem fim”.

Portugal é “um país pacífico”, num mundo que está “a viver a Terceira Guerra Mundial aos pedaços”, como diz o Papa Francisco, lembra Rita Gomes, salientando que tem “muitos problemas” na área social, e lembra que começaram a acompanhar famílias durante a pandemia de Covid-19, e podiam ter parado este apoio, mas estabeleceram “uma amizade” que “não é só uma família porque também trabalham “muito a questão do nome”.

“Nós estamos lá um bocadinho também como um amigo que tenta ajudar a levantar-se, a arranjar formas de apoiar, tentamos também arranjar, às vezes, empregos, e trabalhamos muito numa rede de amizade entre nós, dentro da Comunidade, e distendemos esta amizade a estas famílias que ajudamos”, acrescentou, numa entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).

A entrevistada destaca que no primeiro sábado de cada mês têm “uma oração pela paz”, na Capela do Rato, em Lisboa, e convidam estas famílias porque é o momento de estarem “todos juntos e porque a paz é algo que é demasiado importante e que deve continuar a ser pedido e falado”.

“Não só os conflitos à volta do mundo, que neste momento são quase 30, mas também paz interior, que nós também precisamos, paz entre nós, diminuição da discriminação, de preconceito, porque são pequenas guerras e pequenos conflitos que nós temos dentro da nossa sociedade”, realçou Rita Gomes.

A Comunidade de Santo Egídio em Portugal dinamiza também a ‘Escola da Paz’ com crianças, todos os sábados de manhã, e conhecem “as suas vidas, as suas dificuldades”, nomeadamente no bairro social ‘Portugal Novo’, nas Olaias, em Lisboa.

“É uma forma de estar junto destas crianças, ajudá-los a fazer os trabalhos de casa, mas também falamos fundamentalmente da paz, sobre as nossas atitudes serem de forma mais pacíficas. Já começámos em 2009 e vemos que ao longo destes anos há uma transformação no bairro”, explicou a voluntária.

Para Rita Gomes também é visível ver que essas crianças “crescem com uma disponibilidade e com uma forma para encarar a sociedade muito mais solidária”, e observa que “toda a gente pode dar um pouco do seu tempo”, por isso, começaram a levar os jovens ao lar para visitar idosos, e “vê-se que é um momento real de alegria”, de doação e troca.

A Comunidade de Santo Egídio, conhecida como a “pequena ONU católica”, foi fundada no bairro italiano de Trastevere, em Roma, por Andrea Riccardi, professor de história contemporânea, em 1968.

Trata-se de um organismo reconhecido pela União Europeia e pelo Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), pelo trabalho em prol dos direitos humanos e da paz, a nível internacional.

HM/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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