Organismo católico divulga «programa audacioso de paz universal» do Papa Francisco para 2025
Lisboa, 30 dez 2024 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) apelou hoje à “eliminação dos espaços de opressão ainda existentes” na sociedade, promovendo valores como “a fraternidade, a justiça e a paz”.
“Entre nós, há oprimidos sem visibilidade e cuja voz não se faz escutar. É oprimido o migrante que olhamos com desconfiança e receio, apesar de lhe devermos as tarefas mais árduas ou penosas e que passámos a desprezar. É oprimido o pobre a quem tantas vezes ignoramos as circunstâncias e os abismos em que se encontra de angústia e de falta de saúde mental”, refere o organismo da Igreja Católica, numa nota sobre a mensagem do Papa para o 58.º Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2025).
A CNJP evoca ainda “as comunidades do interior, as vilas e aldeias a quem os fogos do verão e do outono devoram a esperança” e “as famílias que vivem sob o jugo das dívidas que contraíram e das taxas de juro que agrilhoam a sua esperança num futuro melhor”.
“São oprimidos os milhares de jovens à procura de casa por um preço compatível com os rendimentos do seu primeiro emprego”, prossegue a nota.
O documento sublinha que “do reconhecimento de uma vida digna para todos depende a paz”.
‘Ninguém vem a este mundo para ser oprimido’, afirma o Papa Francisco, ao jeito de Jesus. Esta afirmação vigorosa precisa de ecoar na Europa e em Portugal, pois são palavras proféticas que não podem deixar-nos indiferentes”.
A CNJP recorda que o ano de 2025 é de celebração do Jubileu, por convocação do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança.
“Uma vida sem Esperança condena-nos à resignação e ao desespero, quando o apelo que brota do Evangelho é o desígnio que Deus tem para nós: colaborarmos na Sua ação no mundo”, pode ler-se.
O organismo católico deixa um convite a transformar “filantropia em amor e atenção ao próximo, com um sorriso, um abraço, um gesto de ternura”.
O texto recorda que o Papa Francisco apresenta três propostas concretas que “desafiam os decisores políticos à construção da Paz”: o perdão da dívida dos países mais pobres, que retoma o apelo de São João Paulo II de há 25 anos, por ocasião do grande Jubileu de 2000; o compromisso na erradicação da pena de morte; e que uma percentagem fixa da despesa com armamento seja reservada à eliminação da fome, à educação e ao desenvolvimento sustentável.
“Tenhamos coragem de, em democracia, apoiar os nossos Governos, neste programa audacioso de paz universal”, pede a CNJP.
O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 por São Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia de cada ano, com uma mensagem papal.
OC
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