Organismo católico endereçou um conjunto de apelos após a realização da cimeira do clima, em Belém do Pará

Lisboa, 26 nov 2025 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) defendeu hoje a abertura de um “novo ciclo de ação” após a realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP30).
“Neste tempo que se segue à COP 30 somos convidados a abrir, com urgência, um novo ciclo de ação, assumindo cada um as suas responsabilidades ao nível do cuidado de toda a criação, da edificação da paz e da promoção do bem comum”, pode ler-se na mensagem enviada à Agência ECCLESIA.
O organismo católico realizou um conjunto de apelos numa nota que surge depois da cimeira do clima que teve lugar em Belém do Pará (Brasil), entre 10 e 21 de novembro.
A CNJP pede a “adoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários, com ações concretas para a redução do desperdício e do consumo”.
O organismo apela ainda à “edificação de ecocomunidades cristãs, paróquias, escolas, movimentos que sejam capazes de combinar a oração e a ação, procurando assumir o testemunho profético de que o caminho da sustentabilidade é possível e necessário”.
Além disso, interpela “ao desenvolvimento de políticas públicas justas e equilibradas, priorizando o apoio aos mais vulneráveis”.
Cuidar da criação é expressão do mandamento do amor. Ao proteger o ambiente, defendemos a vida, em especial a das comunidades mais expostas aos efeitos climáticos. A justiça climática é inseparável da justiça social.”
Lembrando o que ficou expresso no documento final da COP30 e aquilo que se omitiu, a CNJP entende que todos devem “encontrar inspiração renovada para proteger a casa comum e garantir a dignidade dos mais vulneráveis”.
Na nota, intitulada “Cuidar da Casa Comum, Cuidar Uns dos Outros”, o organismo faz referência ao discurso do Papa Leão XIV na audiência geral da passada quarta-feira, 19 de novembro: “Irmãos e irmãs, se não formos guardiães do jardim da criação, acabaremos por nos tornar seus destruidores”.
“Estas palavras não podem deixar de ecoar no coração de todos os cristãos e de todos aqueles que se preocupam com o nosso futuro comum. O compromisso com o cuidado da casa comum e com o cuidado do humano, dando especial atenção aos mais frágeis, tem, pois, de ser uma urgência no modo como edificamos as nossas sociedades”, destacou.
LJ/OC
