Nota Pastoral da CEP sublinha «matriz religiosa e católica» da associação
Lisboa, 14 mai 2023 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje uma Nota Pastoral sobre o centenário do Corpo Nacional de Escutas (CNE), sublinhando o seu legado na construção de uma “cidadania empenhada, ativa e responsável”.
“Desejamos que este centenário seja oportunidade para valorizar o sentido do compromisso da Promessa escutista, para que continue a ser profética na edificação da fraternidade humana e na construção da justiça e da paz”, refere o documento, enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Os bispos católicos sublinham a “relevante pedagogia” do Escutismo, que desempenha na sociedade portuguesa “um papel complementar”, tendo sido pioneira na construção de uma “consciência ecológica” e na educação para “a fraternidade, o respeito e a solidariedade”.
O Escutismo compromete-se com a construção da paz e com o respeito para com todos, patamar comum para o entendimento entre diferentes nações, culturas e religiões. Preservando a identidade de cada uma das partes, essa vertente ecuménica e inter-religiosa constitui um estímulo e um sinal de esperança, num mundo assolado por guerras e divisões”.
O Corpo Nacional de Escutas assume-se como a maior associação de jovens do país, com cerca de 70 mil associados.
A CEP desafia os membros da associação a colocar-se ao serviço dos “mais pobres, doentes e necessitados”, um caminho que “pode potenciar o desabrochar da vocação cristã no seio da Igreja”.
Com “sentido de gratidão”, a nota do episcopado começa por evocar a história do CNE – Escutismo Católico Português, que nasceu em Braga, no ano de 1923, por iniciativa do arcebispo local, D. Manuel Vieira de Matos, e o seu secretário, mons. Avelino Gonçalves, após o Congresso Eucarístico de Roma (1922).
“Esta matriz religiosa e católica subsistiu ao longo deste centenário como fundamental aspeto identitário do Corpo Nacional de Escutas”, pode ler-se.
Os bispos católicos mostram a sua preocupação com a “salvaguarda e valorização da identidade do CNE”, referindo que a dimensão eclesial do Escutismo Católico Português “continua a requerer particular atenção, como tesouro que importa valorizar no contexto escutista mundial”.
“A integração pressupõe um desejo de convidar para a ‘família’ aquele que está fora, no respeito pela sua liberdade e individualidade, representando também uma atenção às chamadas periferias. Integrar só faz sentido se implicar uma determinada proposta e não se consistir numa relativização de todas as propostas”, aponta o CNE.
Ao completar 100 anos de existência do CNE, fazemos memória agradecida do seu passado e sonhamos com esperança o futuro”.
O Corpo Nacional de Escutas (CNE) vai promover a 27 de maio a “Festa do Centenário”, em Braga, reunindo mais de 21 mil escuteiros de todo o país.
Os participantes terão a oportunidade de participar em jogos, oficinas, concertos e outras atividades, que terão lugar em diversos locais da cidade.
OC
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