D. Sérgio Dinis tomou posse canónica na Igreja da Memória, em Lisboa, no dia da festa litúrgica dos santos Francisco e Jacinta
Lisboa, 20 fev 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança tomou hoje posse canónica, na Igreja da Memória, em Lisboa, e lembrou a memória litúrgica dos santos pastorinhos de Fátima, convidando a rejeitar o medo da santidade.
“Todos somos chamados a ser santos. A santidade não está reservada a elites! É puro dom de Deus. Basta que abramos o nosso coração e a nossa vida ao Senhor. Não tenhamos medo de ser santos. Precisamos de bispos santos, padres santos, governantes santos de militares santos, polícias e guardas santos”, afirmou D. Sérgio Dinis, na homilia da Eucaristia.
Para o novo responsável da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, “o que melhor a Igreja fez, ao longo destes dois milénios, foi ajudar a ‘fazer santos’, homens e mulheres santos”, realçando necessidade de todos se colocarem em “atitude correta: de disponibilidade e escuta”.
D. Sérgio Dinis aludiu à liturgia do dia, que evoca o chamamento que o Senhor fez a um jovem Samuel, à semelhança do que aconteceu há mais de 100 anos, quando o mundo assistia a uma das guerras mais sangrentas da humanidade, uma “mulher revestida de Sol” falou aos pastorinhos.
“Falou-lhes com voz e coração de Mãe, convidando-os a oferecerem-se a Deus para colaborarem com Ele na reparação do pecado do mundo e, ao mesmo tempo, prometendo conduzi-los, seguros, até Deus”, lembrou D. Sérgio Dinis.
O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança recorda que a “Francisco e a Jacinta Marto foi-lhes proposto viver uma intensa experiência de fé que os surpreendeu”, tendo os dois experimentado “a presença próxima e íntima do amor de Deus, uma experiência indizível, incapazes de exprimirem ou partilharem do modo mais adequado”.
Cada um dos pastorinhos tinha o próprio perfil espiritual no caminho de santidade, sendo Francisco “mais inclinado à contemplação e à adoração, pois era fascinado pela beleza de Deus e pelo seu amor” e, por sua vez, Jacinta “viveu com um espírito de compaixão, entregando-se pelos que sofrem, pelo Santo Padre, pela conversão dos pobres pecadores e pela paz no mundo”, referiu D. Sérgio Dinis.

Olhando para o contexto atual que o mundo conhece e atravessa cheio de fragilidades, feridas e incertezas, o bispo do Ordinariato Castrense enfatizou a necessidade de despertar “da indiferença, da apatia, do cansaço espiritual, do desânimo, que podem levar ao fatalismo”.
“Somos, por vezes, levados a pensar que só os poderosos (os poderes económico-financeiros e políticos) podem transformar o mundo. Mas Deus conta com os pequenos e os humildes. Conta connosco, com cada um, com cada uma de nós”, realçou.
“Todos, todos os que estamos aqui, o Senhor chamou pelo nosso nome, como outrora chamou Samuel, Francisco, Jacinta. Cada um de nós, com a sua vocação e identidade, e na sua própria condição e missão é chamado à santidade”, acrescentou D. Sérgio Dinis.
O bispo fez ainda referência ao Evangelho, quando Jesus pegou numa criança e colocou-a no meio deles: “Este gesto de Jesus de pegar numa criança, escravo, ou desprezado e colocá-lo no centro de todos é belo”.
“Deus faz o mesmo connosco […] É assim que devemos fazer uns com os outros. Não tenhamos medo. Quando elevamos o outro, é quando verdadeiramente ganhamos autoridade”, disse.

“Que os pequenos /grandes Santos Francisco Marto e Jacinta Marto nos ensinem a ser pequenos neste mundo, para sermos grandes no Reino dos Céus. Olhemos o futuro com grandeza e esperança”, concluiu.
No início da Eucaristia, o responsável católico pediu orações pela saúde do Papa.
A celebração contou com a presença de inúmeras autoridades civis e militares, entre elas a ministra da administração interna, Margarida Blasco, a secretária de Estado da Defesa Nacional, Ana Isabel Xavier, o patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, o núncio apostólico, D. Ivo Scapolo, e representantes dos três ramos das Forças Armadas.
D. Sérgio Dinis, membro do clero de Vila Real, foi nomeado bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança no dia 22 de novembro de 2024.
Ordenado a 26 de janeiro deste ano, na igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Real, o novo responsável do Ordinariato Castrense tomou posse como chefe do Serviço do Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança a 5 de fevereiro´, no Ministério da Defesa Nacional. |
LJ/OC