«Qualquer pessoa pode ser Servita, descobrir que quer ser um peregrino de Fátima ao serviço dos outros peregrinos» – Maria José Eiró
Fátima, 12 jun 2024 (Ecclesia) – Os Servitas de Nossa Senhora de Fátima, associação que colabora com o santuário da Cova da Iria, celebraram hoje 100 anos de existência, com uma Missa, presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
“Servos que ajudam o Santuário a cumprir a sua missão, numa casa de uma mãe que cuida e se preocupa com os seus filhos; expressão do serviço da Igreja”, assinalou D. José Ornelas, na Missa solene, onde manifestou a sua “grande alegria poder celebrar com os Servitas 100 anos ao serviço dos peregrinos deste santuário”.
“Este serviço traduz a nossa entrega e o respeito que temos pela promessa que fizemos, e viver em função disso, ser para servir, no seguimento da Mensagem de Fátima, sendo espelho desta mensagem nas nossas vidas”, disse, por sua vez, a presidente da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, divulga o santuário mariano.
Maria José Eiró destaca que o centenário da fundação dos Servitas significa que são 100 anos de presença contínua em Fátima, serviço a Nossa Senhora e aos seus peregrinos, de forma “sempre constante e serena”.
No dia 12 de junho de 1924, nasceu em Fátima, pelo então bispo de Leiria D. José Alves Correia da Silva, um grupo de apoio aos peregrinos, sob o título de ‘Servos de Nossa Senhora do Rosário da Fátima’, que se destaca, para além do seu serviço, pelas suas insígnias.
Os Servitas foram o primeiro corpo de voluntários ainda antes do reconhecimento das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos, pela Carta Pastoral do bispo de Leiria.
A Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima tem cerca de 450 membros, destes 250 colaboram de forma ativa com os vários serviços do Santuário mariano; em média, são admitidos 12 Servitas por ano, após um período de cinco anos de discernimento e formação.
“O grande tempo de formação prende-se com a exigência da disponibilidade, pois servir tem de ser prioridade, é um compromisso para a vida”, explicou o vice-presidente da associação de fiéis.
Gonçalo Corrêa D’Oliveira, que fez a sua promessa há 45 anos, afirma que não foram para a Fátima “para ser Servitas”: “Nós somos Servitas porque estávamos em Fátima”.
Os membros da associação católica estão ao serviço dos peregrinos do Santuário de Fátima em diversos setores de que “correspondem a necessidades concretas”, como no recinto de oração, no setor das Confissões, no acolhimento de peregrinos “com particulares necessidades de cuidados de saúde”, e apoiam no Lava-Pés, no Posto de Socorros, e na admissão de doentes na Colunata, nos retiros de doentes, no setor da formação, para além de colaborarem, nos Valinhos e em Aljustrel nas peregrinações aniversárias e nos fins de semana do mês de agosto; desde junho de 2023, no Centro de Escuta Lúcia de Jesus.
A presidente Maria José Azevedo Mendes Eiró, cujo mandato termina para no próximo ano (2022-2025), recorda que para ser Servita é preciso ser católico e ter entre 18 e 50 anos de idade.
“Descobrir que, mais do que ser peregrino de Fátima, quer ser um peregrino de Fátima ao serviço dos outros peregrinos”, realçou a responsável que tem também uma ligação centenária à Cova da Iria, a avó paterna presenciou o milagre do sol em 1917, enquanto o tio-avô Carlos Azevedo Neves será um dos homens, “cavalheiros”, da Quarta “Memória” da Irmã Lúcia, sobre a aparição de 13 de setembro, lê-se no sítio online do Santuário de Fátima.
A 27 de junho de 2017, a Associação pública de fiéis dos Servitas foi condecorada pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o grau de Membro Honorário da Ordem de Mérito; o então presidente Pedro Santa Marta, destacou a “responsabilidade” e “estímulo” para manterem-se “sempre humildes e fiéis à missão”.
Os Servitas estão presentes em várias dioceses de Portugal continental, em 17 das 21 dioceses católicas.
CB/OC