Associação condena quem desrespeita culturais divergentes
Lisboa, 27 fev 2016 (Ecclesia) – A Associação de Juristas Católicos considera o cartaz do Bloco de Esquerda sobre a adoção por pessoas do mesmo sexo com a frase “Jesus também também tinha dois pais” uma “provocação gratuita” e desrespeitosa por conceções culturais diferentes.
“A Associação dos Juristas Católicos considera lamentável que um partido político com representação parlamentar na Assembleia da República, onde os deputados representam todo o País, use este meio, que constitui apenas uma provocação gratuita que traduz, no fundo, a incapacidade do BE em respeitar conceções culturais, religiosas e sociais que divirjam e contradigam a única que considera legítima”, afirma o comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
“A democracia, para que assegure a coesão social e uma convivência pacífica entre todos, mais do que o cumprimento da lei, impõe o respeito por códigos de conduta próprios do estado civilizacional em que nos encontramos”, sustenta o documento.
Para a Associação dos Juristas Católicos, a iniciativa do BE é “de total e acintoso desrespeito pelas crenças e pelos direitos fundamentais de todos os cristãos”.
“Em todas as sociedades desenvolvidas se exige das instituições com responsabilidades democráticas o respeito pelas convicções religiosas dos outros, tal como, num país livre e democrático, a liberdade religiosa constitui um direito fundamental de todos e cada um dos cidadãos”, afirmam os juristas católicos.
“Sendo Verdadeiramente Homem e também Verdadeiramente Deus, é ofensiva e não é legítima qualquer analogia com a matéria objeto do debate relativo às uniões homossexuais e à adoção neste contexto, que tanto a Revelação como a Tradição constante da Igreja Católica tratam de forma inequívoca e coerente”.
O Bloco de Esquerda divulgou esta quinta-feira dois cartazes que assinalam a aprovação da adoção por pessoas do mesmo sexo, um com a imagem de Jesus e a frase “Jesus também tinha dois pais”.
Pedro Vaz Patto, da Associação de Juristas Católicos e presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz disse em declarações à Agência ECCLESIA que a intrumentalização "com propósitos políticos" da figura de Jesus é "lamentável".
"Instrumentalizar com propósitos políticos a figura de Jesus Cristo, ou qualquer figura ou símbolo sagrado para crentes de qualquer religião, é sempre condenável. Mas ainda mais quando está em causa a propaganda de uma lei que muitos cristãos consideram iníqua, por sobrepor ao bem das crianças o interesse dos adultos", declarou.
"A adoção por uniões homossexuais não é uma exigência do princípio da igualdade. Pelo contrário, representa um tratamento desigual e injusto para com as crianças adotadas, deliberadamente privadas de um pai e de uma mãe. Também Jesus Cristo, Deus feito homem, conheceu um pai e uma mãe, como só os políticos do Bloco de Esquerda parecem ignorar", recordou Pedro Vaz Patto.
PR