Bispo de Leiria-Fátima recordou «situação crítica» de um país que procura sair da crise
Fátima, Santarém, 12 out 2015 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima e vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje que os líderes partidários têm de “garantir um clima de estabilidade” para que o país possa “progredir”, apostar no “crescimento económico” e “erradicação de pobreza”.
“É uma situação crítica, diríamos, para um país que espera sair da crise”, assinalou D. António Marto, em conferência de imprensa no Santuário de Fátima, ao responder a questões sobre os resultados das Legislativas de 4 de outubro e a consequente formação de Governo, que está a ser negociada.
O responsável retomou as preocupações reveladas pelo Conselho Permanente da CEP perante um momento de “alguma incerteza e ansiedade”, à espera de “uma solução definitiva”.
“Apelamos aos responsáveis políticos que neste processo manifestem uma profunda responsabilidade pelo bem comum de todo o país que os leve a colocar o interesse nacional acima de todos os interesses partidário”, declarou.
D. António Marto manifestou a esperança de que os líderes políticos encontrem “o caminho mais correto, mais justo, para responder à situação do país”.
“Não compete à Igreja ou a qualquer bispo propor soluções políticas, simplesmente ninguém pode ficar alheio ou meramente neutral diante desta situação”, explicou.
No início do encontro com os jornalistas, o bispo de Leiria-Fátima recordou a visita ‘ad Limina’ do episcopado católico português, em setembro, durante a qual o Papa Francisco “reafirmou” em mais de uma ocasião a sua vontade de estar presente em Fátima no centenário das aparições, nos dias 12 e 13 de maio de 2017.
“Em várias congregações foram sublinhadas e reconhecidas a importância e a missão de Fátima, quer da mensagem, quer do próprio santuário”, incluindo a sugestão da criação de um centro de estudos mariológicos, observou.
O vice-presidente da CEP realçou, por outro lado, que a atual visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima às dioceses quer mostrar que “a celebração do centenário é de toda a Igreja em Portugal”, admitindo que a receção da população tem excedido as previsões do Santuário.
D. António Marto saudou depois a atribuição do Prémio Nobel da Paz 2015 ao ‘Quarteto de Diálogo para a Tunísia’, uma “mensagem de esperança para o próprio mundo árabe”.
“O diálogo é o único caminho para a paz, para a solução dos problemas”, defendeu.
A intervenção reforçou as preocupações da Igreja Católica perante a crise humana dos refugiados, pedindo que esta situação “não caia no esquecimento”.
“Os muros da indiferença, do individualismo e até do nacionalismo caem com a solidariedade”, sustentou o vice-presidente da CEP.
O bispo de Leiria-Fátima falava no lançamento da peregrinação internacional aniversária de outubro, na Cova da Iria, presidida pelo prefeito emérito da Congregação para os Bispos, o cardeal italiano D. Giovanni Battista Re.
HM/OC