Organismo católico escreveu mensagem no âmbito das eleições legislativas portuguesas, salientando que «a escolha de um melhor caminho coletivo depende de todos»

Braga, 12 mai 2025 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga publicou uma nota, a propósito das eleições legislativas de 18 de maio, na qual apela à participação de todos nos atos eleitorais, baseando-se nos apelos do Papa Francisco.
“O respeito pela liberdade, pela justiça e a procura do bem comum são os sólidos alicerces de qualquer sociedade. Para que estas vertentes colham realização, todos os cidadãos devem participar nos atos eleitorais”, pode ler-se na mensagem enviada este domingo à Agência ECCLESIA.
Segundo o organismo católico, “a escolha de um melhor caminho coletivo depende de todos” e sem o contributo permanente de cada um, não será possível enfrentar os “grandes desafios nacionais e internacionais”.
A nota começa a assinalar que “quando, 50 depois das primeiras eleições legislativas em liberdade, Portugal está prestes a eleger uma nova Assembleia da República, ecoam ainda, vibrantes, os encorajamentos do Papa Francisco à participação e ao aprofundamento da democracia”.
“Os incitamentos foram constantes, assinalando que importa a participação de todos naquilo que a todos diz respeito”, sublinha.
O organismo católico lembrou a afirmação do Papa “O coração da política é a participação”, por ocasião da 50.ª Semana Social, no dia 7 de Julho do ano passado em Trieste, Itália, na qual abordou também “o coração ferido de uma democracia em crise”.
“Como assinala o Papa, ‘cada vez que alguém é marginalizado, todo o corpo social sofre’, verificando-se que ‘a cultura do descarte traça uma cidade onde não há lugar para os pobres, os nascituros, as pessoas frágeis, os doentes, as crianças, as mulheres, os jovens, os idosos’”, realça.
Francisco também observava que a democracia não se circunscreve ao voto do povo, cuja abstenção eleitoral, de resto, aumenta.
De acordo com a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga, é “necessário que, para além do apelo ao voto, se criem ‘as condições para que todos se possam expressar e participar’”.
“A política deve, pois, traduzir o reflexo das necessidades dos povos no aperfeiçoamento da democracia. Os mais necessitados e os que vivem sem as condições mínimas requeridas para uma vida digna devem merecer a atenção primordial das políticas públicas”, indica.
O organismo católico evoca as inúmeras ocasiões em que o “Papa Francisco soube oferecer um horizonte de esperança a sociedades com dificuldade em imaginar um desejável futuro comum”.
“A ideologia que diz não haver qualquer alternativa a cidadãos conformados no seu papel de consumidores não deve ter a última palavra”, enfatiza.
A nota faz também alusão à encíclica ‘Fratelli Tutti’, na qual o Papa Francisco escreveu que “é muito difícil projetar algo de grande a longo prazo, se não se consegue torná-lo um sonho coletivo”.
LJ/OC