D. Américo Aguiar marcou presença nas jornadas parlamentares do PSD e do CDS, em Évora

Évora, 15 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, pediu esta segunda-feira, nas jornadas parlamentares do PSD e do CDS, em Évora, que os deputados procurem um amplo consenso com vista a solucionar os problemas do país.
“Temos que trabalhar com base cada vez mais alargada de consensos para reforçar a confiança dos portugueses. E como é que isso se faz? Resolvendo os problemas da saúde, resolvendo os problemas da educação, resolvendo os problemas da habitação”, pediu D. Américo Aguiar, informa a Renascença.
O cardeal abordou outras questões, como a situação das prisões, e reforçou o pedido aos políticos para resolver os problemas que atingem o país, uma vez que é urgente que os portugueses voltem a ter “confiança e esperança” em quem dirige o país, senão há outras forças que ocupam o poder.
“São 10, 20 anos e o cidadão não tem esperança que alguma coisa possa mudar e quando não temos confiança e esperança qualquer um pode tomar conta da barca”, alertou.
D. Américo Aguiar referiu-se ainda ao modo como as urgências hospitalares estão a funcionar em Setúbal, estabelecendo uma comparação com um jogo de flippers, com os doentes a deslocarem-se de um lado para o outro.
“Havia aquelas máquinas flippers, a gente fazia aquela bolinha lá em cima, ela vinha assim, fazia aquele barulho. Portanto, todos os dias é assim. Seja obstetrícia, seja outra especialidade, isto não ajuda a criar confiança”, observou.
O bispo de Setúbal lamentou também o facto de os doentes não saberem a que unidades hospitalares se dirigir, uma vez que a disponibilidade de serviços está sempre a mudar.
“De manhã dói-me a barriga, eu tenho que ir não sei onde ver onde é que tratam da barriga, porque todos os dias a barriga salta de sítio”, exemplificou.
Sobre os migrantes, D. Américo Aguiar defendeu que o Estado tem de “responder às expectativas que criou” ao que estão em Portugal “há muitos anos”, diferenciando esta situação de uma política de imigração para o futuro.
“Eu tenho dado este exemplo: vamos imaginar que eu posso acolher em minha casa 20 pessoas, e posso acolhê-las dando a cada uma aquilo que é a sua dignidade e os seus direitos e os seus deveres. Então, eu torno público esse número”, referiu, indicando que tal significa “respeitar a sua dignidade”.
O bispo de Setúbal afirmou que, se pelo contrário, for dito que “podem vir todos e vierem mil [imigrantes]”, estão a criar-se falsas expectativas para os restantes 980, que no seu entender é o que está a acontecer atualmente em Portugal.
“Nós criámos a expectativa a todos que pudessem e quisessem, e não temos capacidade de corresponder, e estamos a desrespeitar a dignidade dessas pessoas, estamos a fazer o contrário”, salientou D. Américo Aguiar.
LJ/OC