Prioridade «criação de postos de trabalho» para travar desertificação e mais sete pontos
Guarda, 29 jan 2016 (Ecclesia) – O bispo da Guarda reuniu-se na Assembleia da República com os deputados eleitos pelos círculos da Guarda e de Castelo Branco para falarem sobre a “realidade humana, social e desenvolvimento” destes territórios.
“O diálogo centrou-se principalmente nas medidas que é necessário implementar para suster e procurar inverter a tendência de esvaziamento de pessoas desde há algumas décadas a esta parte e com crescente agravamento nos últimos anos”, revela D. Manuel Felício.
Num comunicado enviado esta quinta-feira à Agência ECCLESIA, o prelado explica que na reunião, de sensivelmente duas horas, estiveram de acordo que “a fuga de pessoas” no seu ciclo de vida ativa “só pode ser travada com a criação de postos de trabalho”.
O bispo diocesano foi informado que o Governo aprovou uma unidade de missão para estudar e promover o desenvolvimento do interior de Portugal cujos resultados aguarda com “alguma esperança”.
Na informação também publicada no sítio online da diocese, bispo e deputados dos círculos da Guarda e de Castelo Branco consideram como prioritário, entre outras medidas, dar atenção a seis pontos, nomeadamente “Orientar” para determinados centros regionais “alguns investimentos, públicos ou privados, criadores de iniciativas empresariais”, que sejam consistentes e possam alavancar outras iniciativas locais.
“Estimular a vontade das pessoas”, no primeiro emprego e as desempregadas, a criarem o próprio trabalho e, “se possível, empregarem mais alguém”, é outro dos propósitos e neste contexto incentivam a aproveitar “organismos públicos e outros privados” para esclarecer as pessoas sobre “os trabalhos que podem desenvolver com êxito”, tendo como exemplo experiência positivas anteriores.
A “implantação das novas tecnologias” deve ser oportunidade para combater a desertificação, bem como a “boa relação” entre as escolas de cada localidade e o tecido empresarial que devem ser estimuladas.
“Foi sublinhado o facto que a marca distintiva do serviço que os nossos representantes devem prestar às populações que os elegeram, como de toda a liderança e governação, tem de ser a proximidade e o empenho em valorizar cada vez mais a relação humana”, adianta ainda D. Manuel Felício.
Neste ponto, o bispo da Guarda sublinha a necessidade dos deputados dedicarem “tempo ao contacto com as pessoas que os sufragaram”, principalmente as que se destacam nos seus empreendimentos ou “procuram refletir a realidade e as orientações do desenvolvimento local”.
Antes da reunião com os deputados, D. Manuel Felício foi também recebido pelos líderes parlamentares das bancadas do PS e do PSD e pelo presidente da Assembleia da República.
A diocese para além de freguesias de 12 concelhos do Distrito da Guarda, integra as freguesias de quatro concelhos do Distrito de Castelo Branco e ainda quatro freguesias do concelho de Castelo Branco
Uma distribuição que representa “sensivelmente 110 mil pessoas do Distrito de Castelo Branco e 140 mil do distrito da Guarda”, contabiliza o comunicado.
Na reunião, do dia 21 de janeiro, o bispo da Guarda estava acompanhado pelo vigário-geral, o cónego Manuel Alberto Pereira de Matos e encontraram-se com seis dos oito deputados que integram os dois círculos eleitorais.
CB/PR