Padre Adelino Ascenso espera que os políticos assumam a sua função de apoiar e proteger o povo, perante a iminência da constituição de novo Governo

Fátima, 29 mai 2025 (Ecclesia) – O presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) considerou, esta quarta-feira, em Fátima, que a ameaça que hoje se coloca à democracia deve levar a uma profunda reflexão.
Adelino Ascenso intervinha no segundo dia de trabalhos para os assuntos internos da CIRP, na XXXIX Assembleia Geral, com o tema “Inteligência Artificial”, tendo destacado os problemas sociais que assolam o dia das pessoas, como o drama da habitação, da pobreza, da saúde e do trabalho, informa a mensagem final do encontro.
Após novas eleições legislativas, no dia 18 de maio, e na iminência da constituição de novo Governo, o presidente da direção da CIRP espera que os políticos assumam a sua função de apoiar e proteger o povo, não se deixem encandear pela insensatez e pelo egoísmo e se preocupem genuinamente com o seu dever.
“O presidente da direção apelou também a que, perante o drama da guerra, que mata sonhos e inocentes, os consagrados se unam aos fazedores de diálogo e deem o seu contributo para uma paz desarmada e desarmante”, pode ler-se na nota.
No âmbito da celebração dos 20 anos da criação da CIRP, que coincide com o Ano Santo 2025, com o tema “Peregrinos de Esperança”, o padre Adelino Ascenso incentivou os consagrados a um “salto de qualidade”, nomeadamente no correto e inteligente uso da Inteligência Artificial, conscientes de que o Espírito tudo impregna e que o futuro depende das escolhas feitas hoje.
No encontro, o presidente da CIRP saudou a eleição do Papa Leão XIV e “o seu desejo manifesto de construir pontes e fomentar o diálogo para abrir caminhos de paz, dignificar o trabalho e consolidar a sinodalidade dentro da Igreja” e lembrou o “Papa Francisco que foi, para toda a Igreja e para a sociedade em geral, uma grande inspiração”, indica a nota.
Na XXXIX Assembleia Geral da CIRP, que reuniu 200 participantes, foram abordados diferentes assuntos, como o Jubileu da Vida Consagrada, no dia 1 de março, que contou com cerca de 1500 religiosos.
“Foi um momento de celebração e festa avaliado de forma muito positiva pelos presentes e que evidenciou a comunhão e a diversidade da vida consagrada em Portugal. A Direção da CIRP participará, ainda, no Jubileu da Vida Consagrada, em Roma, a 8 e 9 de outubro”, indica a mensagem final do encontro.
A propósito do Ano Santo 2025, a Assembleia Geral aprovou a realização do Jubileu dos Artistas no próximo dia 28 de junho, no Santuário de Fátima, realçando que perante “as guerras disseminadas pelo mundo, a vida consagrada não pode ficar anestesiada e este momento pretende, através da pintura, ser expressão de um veemente apelo à paz”.
Ainda no âmbito dos 20 anos da criação da CIRP, “desejando-se a adaptação da identidade visual às novas plataformas e linguagens dos dias de hoje, foi aprovado um novo logótipo que entra agora em vigor”, dá conta a mensagem.
A Assembleia foi ocasião para apresentar a constituição da nova Comissão de Economia e Gestão que se ocupará, nomeadamente, da organização do próximo encontro de ecónomos da CIRP, que vai decorrer em Fátima, a 22 de setembro.
No encontro estiveram também presentes a Direção da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) para convidar as congregações religiosas que são titulares de estabelecimentos de ensino à presença na V Jornada Pastoral subordinada ao tema “Identidade e futuro da Escola Católica”, que se vai realizar a 1 de julho, e que pretende refletir sobre os desafios que se colocam à escola católica no contexto de secularização da sociedade atual.
A Assembleia aprovou o relatório de contas da CIRP, acolheu a partilha de informações dos secretariados regionais e das comissões nacionais e tomou conhecimento das principais informações da última Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.
As próximas Assembleias Gerais da CIRP realizam-se a 17 e 18 de novembro de 2025 e 27 e 28 de abril de 2026.
LJ