Igreja perante os novos media

Tendo em conta a mensagem de Bento XVI para o XXIVº Dia Mundial das Comunicações Sociais, intitulada “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra”, iremos nos próximos artigos analisar aquilo que a Igreja tem escrito sobre a sociedade em rede e as novas tecnologias.

“O rápido desenvolvimento das tecnologias no campo dos média é certamente um dos sinais do progresso da sociedade de hoje”. Lendo esta frase inicial que o Papa João Paulo II escreve em 2005 na sua carta apostólica “O rápido desenvolvimento”, aos responsáveis pelas comunicações sociais, torna-se mais que evidente a necessidade da Igreja em olhar para este campo da sociedade de uma maneira actual e reflectir seriamente sobre os desafios que as comunicações sociais em geral e as novas tecnologias em particular constituem para a Igreja. Permanecem actuais as palavras de Papa Paulo VI, quando afirmou que “se sentiria culpável diante do seu Senhor se não usasse estes poderosos meios” (Exortação Apostólica Evangelli nuntiandi). No entanto, a Igreja não deve usar somente os meios de comunicação para difundir o Evangelho, deverá também usá-los de maneira a conseguir integrar a mensagem salvífica na “nova cultura” criada pelos poderosos e ricos instrumentos de comunicação social. “Ela sente que o uso das técnicas e das tecnologias da comunicação contemporânea é parte integrante da sua missão no terceiro milénio”, afirma João Paulo II. Já imbuída desta consciência, a comunidade cristã deu passos significativos, neste sentido, fez uso dos variadíssimos instrumentos de comunicação nas informações religiosas, na proclamação dos evangelhos, na catequese e na formação dos mais variados sectores da pastoral. No entanto, são numerosos os desafios para a Nova Evangelização num mundo repleto de potencialidades comunicativas com as novas tecnologias. “O primeiro areópago do tempo moderno é o mundo da comunicação, capaz de unificar a humanidade tornando-a como se costuma dizer “uma aldeia global”. Os meios de comunicação social tornaram-se, portanto, para muitas pessoas, o principal meio de orientação e de inspiração para comportamentos individuais, familiares e sociais. Este é, claramente, um problema complexo, conforme nos diz João Paulo II, “visto que esta cultura nasce, ainda antes do que dos conteúdos, do próprio facto que existem novos modos de comunicar com técnicas e linguagens inéditas”.  
Fernando Cassola Marques

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Agência ECCLESIA

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