Dia Mundial celebrado este Domingo É já este Domingo que a Igreja celebra o 93º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, este ano particularmente centrado nas realidades da família migrante. Na sua mensagem para esta ocasião, Bento XVI lança um apelo em defesa dos “direitos e da dignidade” das famílias dos refugiados, “cujas condições parecem piorar em relação ao passado”. O Papa critica, em especial, as condições dos “campos” de refugiados e as dificuldades colocadas ao reagrupamento familiar. “Às dificuldades de alojamento e das pessoas, relacionadas com os traumas e com o stress emocional devido às trágicas experiências vividas, por vezes junta-se até o risco do envolvimento de mulheres e crianças na exploração sexual, como mecanismo de sobrevivência”, alerta. “É necessário comprometer-se para que sejam garantidos os direitos e a dignidade das famílias e lhes seja garantido um alojamento correspondente às suas exigências”, apontou Bento XVI. O Papa lembrou ainda que nos últimos tempos “aumentou o número das mulheres que deixam o próprio País de origem em busca de melhores condições de vida, em vista de perspectivas profissionais mais prometedoras, mas não são poucas as mulheres que se tornam vítimas do tráfico de seres humanos e da prostituição”. Tendo como pano de fundo a “fuga” da Sagrada Família para o Egipto, Bento XVI fala dos dramas de todos os migrantes, em particular “dos refugiados, dos exilados, dos deslocados, dos prófugos, dos perseguidos”. Na família de Nazaré, escreve, “entrevemos as dificuldades de cada família migrante, as privações, as humilhações, as limitações e a fragilidade de milhões e milhões de migrantes, prófugos e refugiados”. Para o Papa, “se não se garante à família emigrada uma real possibilidade de inserção e de participação, é difícil prever o seu desenvolvimento harmonioso”. Nesse sentido, pediu aos Estados que ratifiquem “a Convenção Internacional para a protecção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias, que entrou em vigor a 1 de Julho de 2003″, a qual “pretende tutelar os trabalhadores migrantes, homens e mulheres, e os membros das respectivas famílias”. “A Igreja encoraja a ratificação dos instrumentos internacionais legais destinados a defender os direitos dos migrantes, dos refugiados e das suas famílias”, assinala a Mensagem. O texto convida a reflectir sobre as condições da família migrante, em continuidade com as precedentes Mensagens de 1980, 1986 e 1993. Bento XVI intervém pela segunda vez sobre a variada e complexa situação que envolve, hoje, quase 200 milhões de migrantes, cerca de 9 milhões de refugiados e cerca de 2 milhões de estudantes internacionais.