Igreja pede fim do trabalho escravo no Brasil

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pediu o fim definitivo do trabalho escravo, manifestando o seu apoio a uma proposta legislativa que pune com a perda da terra os proprietários que fizerem uso da exploração dos trabalhadores. O organismo episcopal manifestou-se numa nota, exigindo a aprovação para da Proposta de Emenda Constitucional PEC – 438/2001, relativa às áreas onde foi detectado trabalho escravo. “Se o desrespeito à função social da propriedade da terra já é, segundo a Constituição, motivo suficiente para sua possível desapropriação, o uso da propriedade como instrumento para escravizar o próximo é crime absolutamente intolerável contra a dignidade e contra a vida”, afirma a CNBB. Segundo os Bispos do Brasil, a escravidão é uma “prática abominável” que a Igreja no Brasil denuncia desde a década de 1970. Ao recordar alguns esforços dos governos para combater o trabalho escravo no país, como a criação de grupos de fiscalização e de uma comissão para erradicação do fenómeno, o episcopado considera que as iniciativas tomadas até o momento não foram suficientes. Somente no ano de 2007, de acordo com a CNBB, foram registadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) 265 ocorrências de trabalho escravo em todo o Brasil, envolvendo 8653 trabalhadores. Segundo a CNBB, a CPT registou denúncias envolvendo “mais de 50 mil trabalhadores ‘aprisionados por promessas’, obrigados a trabalhar em fazendas, carvoarias e canaviais, tratados pior que animais e impedidos de romper a relação com o empregador”. Redacção/Zenit

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