Dia Nacional dos Bens Culturais decorreu em Torre de Moncorvo
Bragança, 20 out 2014 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda disse que o “património imóvel e móvel das igrejas é um tesouro frágil” e alertou para a necessidade de todos protegerem este “testemunho vivo da vida e da história das comunidades”.
“O Património imóvel e móvel das igrejas é um tesouro frágil. Além do seu interesse estético e artístico, este bem cultural tem, fundamentalmente, um valor religioso inestimável que é testemunho vivo da vida e da história das comunidades”, revelou D. José Cordeiro no Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja.
Na intervenção enviada à Agência ECCLESIA, o prelado alerta que este património religioso, que é testemunho e memória “tendo perdido”, muitas vezes, a sua utilização original “tornou-se, por vezes, património ameaçado em todos os sentidos”.
Por isso, comunicar este património “só” é possível e legítimo tendo como horizonte de “reflexão imperativo a conservação preventiva” e agir no “meio ambiente onde está inserido”, o que se “torna um desafio crucial”.
“Não aceitemos que a beleza se torne um mero ornamento ou um banal artefacto de consumo”, acrescentou.
O Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja, celebrado este sábado em Torre de Moncorvo, foi promovido pelo Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja e teve como tema ‘Comunicar Património’, para sublinhar que a ação nesta área não se esgota na necessidade de preservação e restauro.
O bispo da Diocese de Bragança-Miranda destacou que as igrejas, capelas, ermidas, santuários são um espaço “privilegiado” de oração e ação de graças porque são “espaço da memória e da comunicação da fé”.
Para D. José Cordeiro, hoje “mais do que outrora” todos os crentes, agentes de pastoral, entidades públicas e privadas são chamados a serem os “guardiães do templo”.
Como exemplo, o bispo apresenta “com preocupação” a realidade da sua diocese cujo património “tão belo e rico” alguns lugares conhecem “a quase desertificação” mas a igreja ou capela “continua a ser uma realidade da memória e “todos os esforços serão poucos para mantê-la ‘em pé’ e aberta”.
‘Comunicar Património’ é comunicar “a beleza da fé, na fé expressa na arte, na arquitetura, na escultura, na pintura, no têxtil, na ourivesaria sacra, nos livros litúrgicos, na oração da Igreja”, acrescentou.
“Ao mesmo tempo é deixar que o Património comunique a Bíblia e a fé da Igreja”, escreveu D. José Cordeiro na intervenção partilhada no sítio online da diocese.
CB