Matteo Bruni destacou que «é belo» a viagem terminar na Casa da Misericórdia, «lugar de amor»
Cidade do Vaticano, 29 ago 2023 (Ecclesia) – O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé disse hoje que o Papa Francisco vai à Mongólia “principalmente” ao encontro da pequena comunidade católica, com cerca de 1500 pessoas, entre 31 de agosto e 4 de setembro.
“O Papa vai à Mongólia para falar principalmente com eles, dirigirá palavras de encorajamento e esperança a essa bela realidade que oferece uma importante contribuição nos campos do viver humano”, explicou Matteo Bruni, na apresentação da 43ª viagem apostólica de Francisco.
Segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o coração desta viagem, que começa esta quinta-feira, é o encontro com a pequena comunidade católica, “pequeno rebanho”, de cerca de 1500 fiéis.
A Mongólia tem fronteiras com a Rússia e a China, está entre os dois países, e sobre questões de geopolítica, Matteo Bruni recordou as palavras do Papa após a oração do Angelus, deste domingo, dia 27 de agosto, afirmando que “foi muito claro” ao dizer que vai à Mongólia, e “não acrescentaria mais nada: A viagem é à Mongólia”.
O Papa recebeu em 2022 uma delegação do governo mongol, que fez o convite oficial para a visita ao país asiático.
‘Esperar juntos’ é o tema da 43ª viagem apostólica, que decorre de 31 de agosto a 4 de setembro, e estão previstos cinco discursos e uma homilia do primeiro Papa a visitar este país; no voo de nove horas e meia, Francisco vai sobrevoar a Geórgia, o Azerbaijão e a China, entre outros países, e está planeado enviar um telegrama ao presidente chinês Xi Jinping, disse o porta-voz do Vaticano.
A Missa que o Papa vai celebrar na tarde do dia 3 de setembro, na Steppe Arena, vai receber os fiéis residentes na Mongólia, 90% na capital, e mais mil de países vizinhos: Rússia, China, Tailândia, Cazaquistão, Quirguistão, Azerbaijão, Vietname.
No mesmo, da parte da manhã, realiza-se um encontro ecuménico e inter-religioso, às 10h00 locais, no ‘Hun Theatre’, presidido pelo Papa, que conta com representantes do xamanismo, xintoísmo, budismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo e outras confissões, segundo Matteo Bruni, é um sinal da vocação para a coexistência pacífica que caracteriza o povo mongol há décadas, para além de observadores do Governo e representantes do mundo universitário.
Sobre a presença de representantes do budismo tibetano, incluindo uma criança considerada a décima reencarnação de Buda, na iniciativa inter-religiosa, e a possibilidade do Papa receber fiéis russos e chineses, após a Missa, o porta-voz do Vaticano assinalou que não estão previstos encontros privados.
Quando chegar à Mongólia, Francisco vai receber de uma jovem uma copa de iogurte seco, um presente típico do país, e na catedral, construída no século XX com uma estrutura que lembra a Ger (uma casa tradicional), onde está entronizada e venerada como a Mãe do Céu uma estátua de Nossa Senhora encontrada por uma mulher no lixo, um jarro de leite embrulhado num lenço azul, que também é um presente típico, de uma mulher mongol.
A 43ª viagem apostólica de Francisco vai terminar com a bênção e inauguração da ‘Casa da Misericórdia’, um complexo escolar desativado, construído para abrigar os pobres, as pessoas em situação de sem-abrigo, os migrantes e as vítimas de violência doméstica.
“É belo o Papa concluir a sua viagem nesse lugar de amor”, afirmou Matteo Bruni.
Sobre as relações entre a Santa Sé e a Mongólia, nos últimos meses, estão a estudar um acordo sobre o trabalho dos cristãos; a nomeação do primeiro bispo remonta ao início do século IV, quando o império mongol fazia parte da China, depois, ao longo dos séculos, a presença dos cristãos foi desaparecendo, até deixar de existir durante os anos do regime comunista.
A partir de 1992, a Igreja foi “readmitida” e “convidada à presença”, revigorada nos últimos 30 anos pelo trabalho dos missionários, primeiro os Missionários da Consolada, congregação à qual pertence o primeiro e único cardeal da Mongólia; Francisco criou cardeal, no consistório de 2022, o prefeito apostólico de Ulaanbaatar, D. Giorgio Marengo, missionário italiano da Consolata, de 49 anos, que é o mais jovem membro do Colégio Cardinalício.
Esta será a quarta viagem internacional do Papa em 2023, depois das passagens pela República Democrática do Congo e Sudão do Sul, Hungria e Portugal, onde presidiu à JMJ, em Lisboa: desde a sua eleição pontifícia, em 2013, fez 42 viagens e visitou 60 países, na Europa, África, Ásia e continente americano.
CB
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