Lugares privilegiados de consolo, adoração e oração, devem oferecer «reconciliação» sem «encontrar obstáculos à misericórdia»
Cidade do Vaticano, 11 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que os Santuários são locais de adoração e consolo, mas de onde se deve sair com confiança e esperança no futuro.
“Nos nossos santuários, dá-se muita atenção ao acolhimento – não se esqueçam disto: acolham bem os peregrinos – e com razão. Ao mesmo tempo, é preciso dar a mesma atenção pastoral ao momento em que o peregrino deixa o santuário para regressar à sua vida quotidiana: que receba palavras e sinais de esperança, para que a peregrinação que fez alcance todo o seu sentido”, pediu Francisco aos participantes no encontro internacional de Reitores e Operadores de Santuários, organizado pelo Dicastério para a Evangelização, que hoje terminou, com o tema «O Santuário: Casa de Oração».
“Lugares especiais, privilegiados de oração”, reconheceu o Papa, os santuários são espaços onde se vai para rezar e onde se procura o sacramento da reconciliação.
Francisco pediu que se escolham sacerdotes “com discernimento”, pedindo que estes não sejam “obstáculos” à “misericórdia do Pai” e à “plena reconciliação”.
“O Sacramento da Reconciliação é para perdoar, perdoar sempre. Não pode acontecer, sobretudo nos santuários, que encontrem obstáculos, porque neles a misericórdia de Deus exige ser expressa de forma superabundante, pela sua própria natureza. É assim que os fiéis os veem, com razão: como lugares especiais para encontrar a graça de Deus. Perdoar sempre como o Pai perdoa. Perdoar”, indicou.
Francisco indicou os santuários ainda como locais onde se procura o consolo.
“Quantas pessoas vão lá porque trazem no seu espírito e no seu corpo um fardo, uma dor, uma preocupação! A doença de um ente querido, a perda de um familiar, tantas situações da vida são muitas vezes causas de solidão e de tristeza, que são depositadas no altar e aguardam uma resposta”, reconheceu.
O consolo, explicou o Papa, “não é uma ideia abstrata, não é feita sobretudo de palavras, mas de uma proximidade compassiva e terna que compreende a dor e o sofrimento. É este o estilo de Deus: próximo, compassivo e terno”, sugeriu.
Francisco pediu ainda que se recupere o “sentido de adoração”: “Talvez tenhamos de constatar que o ambiente e a atmosfera das nossas igrejas nem sempre nos convidam a recolhermo-nos e a adorar. Favorecer nos peregrinos a experiência do silêncio contemplativo – e não é fácil – do silêncio adorador, significa ajudá-los a fixar o olhar no essencial da fé”, convidou.
Com vista à preparação do Jubileu de 2025, o Papa quis propor um ano dedicado à oração, e explicou a divulgação, em breve, de “subsídios” para “ajudar a redescobrir a centralidade da oração”.
“Renovemos todos os dias a alegria e o compromisso de sermos homens e mulheres de oração. Rezar com o coração, não como papagaios. Não. Do coração. Que as palavras pronunciadas venham do coração. Vós, nos Santuários, fá-lo-eis através da espiritualidade típica que os caracteriza”, convidou.
LS