Francisco pede atenção à maturidade afetiva dos candidatos à vida consagrada
Cidade do Vaticano, 09 fev 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou, em entrevista divulgada hoje na Itália, para o efeito “devastador” dos abusos sexuais e pediu que os responsáveis católicos façam tudo para tratar desta “doença”.
“Sejamos claros: isto é uma doença. Se não estivermos convencidos de que esta é uma doença, não se poderá resolver bem o problema”, assinalou durante uma conversa com mais de 140 responsáveis mundiais de Institutos Religiosos católicos.
O encontro decorreu em novembro de 2016, à porta fechada, e o conteúdo da intervenção do Papa, que respondeu a várias perguntas dos presentes, é divulgado hoje pela revista italiana dos jesuítas, ‘La Civiltà Cattolica’, numa edição especial enviada à Agência ECCLESIA.
O Papa sublinha que muitos abusadores tiveram histórias anteriores de abuso, eles próprios.
“Semeia-se abuso no futuro, é devastador”, alerta.
Segundo Francisco, quando estes casos envolvem padres ou religiosos, está “em ação a presença do diabo” que “arruína” a obra de Jesus através de quem a deveria anunciar.
“Por isso, atenção ao receber em formação candidatos à vida consagrada sem saber bem da sua adequada maturidade afetiva”, alertou.
O Papa recomendou que “nunca” se recebe na vida religiosa ou nas dioceses um candidato que tenha sido recusado num seminário “sem pedir informações muito claras e detalhadas” sobre os motivos que levaram a esse afastamento.
OC