Igreja: Papa desafia jovens a resistir a cultura da superficialidade

Viagem de Francisco ao sul da Itália com olhar atento para a realidade juvenil

Castelpetroso, Itália, 05 jul 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje que os jovens têm de superar a cultura do “provisório” que predomina na sociedade atual e construir a sua vida de forma a responder às aspirações mais profundas do seu coração.

“A sociedade contemporânea e os seus modelos culturais prevalentes, por exemplo, a ‘cultura do provisório’, não oferecem um clima favorável para a formação de escolhas de vida estável com laços sólidos, construídos sobre a rocha do amor e da responsabilidade em vez da areia da emoção”, declarou, durante um encontro com jovens no santuário de Nossa Senhora das Dores em Castelpetroso, na região do Molise, sul da Itália.

Francisco criticou uma cultura em que se valoriza apenas a autonomia individual e tudo é “colocado em causa”, ao ponto de destruir “com relativa facilidade, escolhas importantes”.

“Isto alimenta a superficialidade ao assumir responsabilidades, porque no fundo do coração elas arriscam-se a ser consideradas como algo de que nos podemos libertar”, precisou.

O Papa disse que a vida “não foi feita para andar às voltas, foi feita para se caminhar”, num percurso que não deve ser “um labirinto”: “Hoje escolho isto, amanhã escolho aquilo, ando ao sabor do vento e quando acaba o meu entusiasmo, o meu desejo, sigo outro caminho”.

“É triste chegar a uma idade, olhar para o caminho que fizemos e perceber que foi feito aos bocados, sem unidade, de nada de definitivo, tudo é provisório”, alertou.

Francisco deixou votos de que os jovens não deixem que lhes “roubem” o desejo de construir a vida sobre algo “grande e sólido”, juntamente com Jesus.

Após uma pequena viagem de helicóptero desde Campobasso, o Papa saudou a presença de milhares de jovens das dioceses locais e da zona dos Abruzos, agradecendo o seu “entusiasmo e clima de festa”.

“O ser humano aspira a amar e a ser amado, esta é aspiração mais profunda”, declarou, no seu discurso, aplaudido várias vezes pelos presentes.

A intervenção realçou que Jesus não retira aos que nele acreditam “autonomia ou liberdade”, mas torna-os capaz de “fazer o bem”, de “perdoar e de pedir perdão”.

“Deus não se cansa de perdoar”, prosseguiu.

Francisco destacou a importância da ajuda de Deus para superar as dificuldade e encontrar “coragem e esperança também para enfrentar as dificuldades que derivam dos efeitos da crise económica”.

O encontro concluiu-se com o tradicional pedido do Papa para que todos os presentes rezem por si.

OC

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