Igreja: Papa convida a rezar pelas vítimas da guerra

Leão XIV presidiu à recitação do ângelus em Castel Gandolfo, desafiando católicos a ser «construtores da paz»

Foto: Lusa/EPA

Castel Gandolfo, Itália, 13 jul 2025 (Ecclesia) – O Papa convidou hoje a rezar pelas vítimas da guerra, pedindo que os católicos sejam “construtores da paz”, em todo o mundo.

“Irmãos e irmãs, não nos esqueçamos de rezar pela paz e por todos aqueles que, devido à violência e à guerra, se encontram numa situação de sofrimento e necessidade”, declarou Leão XIV, antes de recitar o ângelus, na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, onde se encontra a passar um período de férias.

Perante milhares de pessoas, que o acompanharam esta manhã, o pontífice rezou por intercessão da Virgem Maria: “Que nos ajude a acolher no nosso coração a vontade de Deus, que é sempre a vontade de amor e salvação, para sermos todos os dias construtores da paz”.

A reflexão do Papa partiu da passagem do Evangelho de São Lucas, lida nas celebrações dominicais em todo o mundo, na qual Jesus responde a uma pergunta: ‘Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?’.

“Estas palavras exprimem um desejo constante na nossa vida: o desejo de salvação, ou seja, de uma existência livre do fracasso, do mal e da morte”, indicou Leão XIV.

Para viver eternamente, não há que enganar a morte, mas servir a vida, ou seja, cuidar da existência dos outros no tempo que aqui partilharmos. Esta é a lei suprema, que não só está antes de qualquer regra social como lhe dá sentido.”

O Papa apresentou Jesus como “a revelação do verdadeiro amor para com Deus e para com o homem”.

“Em Cristo, Deus fez-se próximo de todos os homens e mulheres; por isso, cada um de nós pode e deve tornar-se próximo daqueles que encontra pelo caminho. Seguindo o exemplo de Jesus, Salvador do mundo, também nós somos chamados a levar consolação e esperança, especialmente àqueles que estão desanimados e desiludidos”, apontou.

Leão XIV, que tinha presidido à Missa na paróquia pontifícia de São Tomás de Villanova, chegou a pé à Praça de Liberdade, saudado pela multidão, e mostrou-se “feliz” por estar em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, onde chegou há uma semana.

“Saúdo as autoridades civis e militares presentes e agradeço a todos pelo caloroso acolhimento”, declarou, após a recitação do ângelus.

Na sua intervenção, o Papa recordou o religioso Lycarion May (François Benjamin), beatificado este sábado na paróquia de São Francisco de Sales, em Barcelona, assassinado durante a chamada ‘semana trágica’ na cidade catalã, em julho de 1909.

Numa revolta contra o alistamento obrigatório decretado pelo governo espanhol, igrejas, conventos e institutos de ensino católicos tornaram-se alvo de violência: na noite entre 26 e 27 de julho, a escola dos Irmãos Maristas foi incendiada e, na manhã seguinte, os religiosos foram mortos a tiro.

Leão XIV evocou o novo beato, “morto por ódio à fé, em circunstâncias hostis, e que viveu com dedicação e coragem a missão educativa e pastoral”.

“Que o testemunho heroico deste mártir seja um estímulo para todos, em particular para aqueles que trabalham na educação dos jovens”, desejou.

Ao longo de vários minutos, Leão XIV saudou vários grupos que se deslocaram a Roma para o Jubileu, bem como um grupo de alunos do curso de ‘Carabinieri’, das forças de segurança italianas.

“Encorajo-vos a continuar o vosso percurso de preparação ao serviço da pátria e da sociedade civil. Obrigado e um forte aplauso para aqueles que servem”, declarou.

O Papa falou ainda das iniciativas que se realizam com crianças e jovens, nos meses de verão, agradecendo “aos educadores e animadores que se dedicam a este serviço”.

“Gostaria de recordar a importante iniciativa do ‘Giffoni Film Festival’, que reúne jovens de todo o mundo e que este ano será dedicada ao tema ‘Tornar-se humano’”, acrescentou.

Este é um evento cinematográfico internacional para crianças e jovens, provenientes de 30 países, que se vai realizar de 17 a 26 de julho em Giffoni Valle Piana, na província de Salerno, Itália.

OC

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