Igreja: Papa convida a evangelizar em diálogo com todos

Francisco propõe construção de «pontes» em vez de «muros»

Cidade do Vaticano, 08 mai 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje os católicos a anunciarem a sua fé em diálogo com todos, construindo “pontes” em vez de “muros”.

“Os cristãos que têm medo de fazer pontes e preferem construir muros são cristãos que não estão seguros da sua própria fé, não estão seguros de Jesus Cristo”, alertou, na homilia da missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta, no Vaticano, com a participação de funcionários da Santa Sé.

Segundo o Papa, quem quer transmitir a mensagem do Evangelho deve “ouvir todos”, algo que considera ter vindo a melhorar, dentro da Igreja, nas últimas décadas.

“Lembro-me que quando era criança, se ouvia nas famílias católicas, na minha: ‘Não os podemos visitar porque não são casados pela Igreja’. Era como uma exclusão, não, não podem ir porque são comunistas ou ateus”, relatou.

Francisco disse que esta é uma “defesa da fé, mas com muros” e que Jesus “fez pontes”.

“O cristão deve anunciar Jesus Cristo de forma a que Jesus Cristo seja aceite, recebido, não recusado”, sustentou.

O Papa deu o exemplo do Apóstolo Paulo, que no primeiro século do Cristianismo anunciou Jesus em vários países, até ao seu martírio em Roma.

“Ele (Paulo) sabe que o anúncio de Jesus Cristo não é fácil, mas que não depende dele: ele tem de fazer todos os possíveis, mas o anúncio de Jesus Cristo, o anúncio da verdade, depende do Espírito Santo”, realçou.

Francisco reforçou a ideia de que a verdade “é um encontro” com Jesus e que “ninguém” é seu dono.

“A verdade recebe-se no encontro”, prosseguiu.

O Papa voltou ao exemplo de São Paulo para defender que “a evangelização não é fazer proselitismo”.

“Quando a Igreja perde esta coragem apostólica torna-se uma Igreja parada, uma Igreja ordenada, bela, tudo belo, mas sem fecundidade, porque perdeu a coragem de ir às periferias, onde há muitas pessoas vítimas da idolatria, da mundanidade, do pensamento fraco”, avisou.

Em conclusão, Francisco deixou outro alerta: “Aqueles que não avançam para não errarem cometem um erro mais grave”.

RV/OC

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Agência ECCLESIA

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