Igreja: Papa assinalou «conversão e missão» como essenciais na vida cristã

Movimentos e novas comunidades chamados a curarem «as feridas» da mentalidade do «consumo global»

Cidade do Vaticano, 22 nov 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje os 300 participantes do III Congresso Mundial dos movimentos eclesiais e das novas comunidades e destacou os elementos essenciais da vida cristã – conversão e missão – na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano.

“Sem uma verdadeira conversão do coração e da mente não se proclama o Evangelho, mas se não nos abrimos para a missão não é possível a conversão e a fé torna-se estéril”, começou por explicar Francisco.

Em particular os movimentos e comunidades são “chamados a trabalhar juntos” para ajudarem a curar “as feridas” produzidas por uma mentalidade que se centra no consumo global “esquecendo-se de Deus e os valores essenciais da vida”.

O III Congresso Mundial foi promovido pelo Conselho Pontifício para os Leigos, teve como tema "A alegria do Evangelho, uma alegria missionária", inspirado no número 21 da exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, do Papa Francisco, e realizou-se no Colégio Pontifício Internacional Maria Mater Ecclesiae de Roma, Itália.

Na audiência, Francisco “ofereceu” conselhos para o “caminho de fé e vida eclesial” e em primeiro lugar explicou a necessidade de “preservarem” a “frescura” do carisma, de “renovarem sempre o “‘primeiro amor’ (Ap 2.4)”.

A “novidade” dos movimentos e novas comunidades “não consiste nos métodos e formas que também são importantes”, mas na disposição de responder com um “renovado entusiasmo” ao chamamento de Deus, assinalou.

“Essa é a coragem evangélica que permitiu o nascimento dos vossos movimentos e novas comunidades”, observou no discurso divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Segundo o Papa, os participantes “não” devem iludir-se que “as estruturas externas pode garantir a operação do Espírito Santo”, caso seja necessário uma certa “institucionalização do carisma” para a sua sobrevivência.

A realidade, destacou Francisco, “está em constante mutação”, por isso, os movimentos não podem estar fechados “à novidade do Espírito” para não se sufocarem no “próprio carisma que os criou”.

Depois, o segundo conselho foi a predisposição para “acolherem e acompanharem” os homens do tempo atual, “especialmente os jovens”: “Somos parte de uma humanidade ferida, temos de dizer isso”, acrescentou

Francisco alertou que o homem hoje “vive problemas de identidade sérios” e considera “difícil” fazer as suas próprias escolhas, mesmo as decisões importantes da vida, tendo “uma disposição para ser influenciado”.

“Devemos resistir à tentação de substituir a liberdade das pessoas e encaminhá-los sem esperar que estejam realmente maduros. Todos têm a sua vez e nós temos que acompanhar este processo”, desenvolveu o Papa hoje na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano.

O terceiro e último conselho, que Francisco deu 300 membros de movimentos eclesiais e novas comunidades, foi pedir que não se esqueçam que o bem “mais valioso”, “o selo do Espírito Santo”, é a comunhão, uma “graça suprema que Jesus conquistou na cruz”.

Por isso, assinalou que a comunhão entre os cristãos é um sinal importante para que o mundo acredite que “Jesus é o Senhor”, e uma forma de evangelizar.

“A verdadeira comunhão não pode existir em um movimento ou uma nova comunidade se não integrar a comunidade maior”, comentou o Papa que acrescentou que “o irmão vale muito mais do que as posições pessoais”.

Os anteriores congressos mundiais de movimentos eclesiais e novas comunidades aconteceram em 1998 e 2006, nos pontificados de São João Paulo II e de Bento XVI.

CB

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