A Associação Patriótica Católica (APC) da China ordenou no passado Sábado um novo Bispo, que terá contado com a aprovação da Santa Sé. Esta foi a primeira ordenação da APC após a aguardada carta do Papa aos católicos chineses, de Junho passado. Bento XVI criticou as políticas restritivas da China, que”sufocam” a Igreja e dividirem os fiéis entre o ateísmo oficial e um catolicismo “clandestino”. Apontando os sinais de abertura, “é verdade que, nos últimos anos, a Igreja tem gozado de uma maior liberdade religiosa”, o Papa referiu-se ainda à existência de “sérias limitações” que “sufocam a actividade pastoral”. Na “Carta aos bispos, presbíteros, pessoas consagradas e fiéis leigos da Igreja católica na República Popular da China”, o Papa apelava à unidade e reconciliação. Ciente de que a plena reconciliação “não poderá acontecer de um dia para o outro”, o Pontífice lembra que este caminho é “sustentado pelo exemplo e pela oração de tantas “testemunhas da fé” que sofreram e perdoaram, oferecendo as suas vidas pelo futuro da Igreja católica na China”. Na cerimónia do passado Sábado estiveram presentes bispos e sacerdotes da APC, ligados a Pequim e, em boa parte, reconhecidos pela Santa Sé. Os católicos da Igreja “clandestina” – que foge ao controlo do Estado – decidiram marcar presença na cerimónia, noticiou a AsiaNews, como sinal de “obediência ao Papa”. A Santa Sé e a China não mantém relações diplomáticas desde 1951. Na sua Carta, Bento XVI assegurou que a Igreja “convida os fiéis a ser bons cidadãos, colaboradores responsáveis e activos a favor do bem comum do seu país”. Mas “é também claro ser obrigação do Estado garantir aos seus cidadãos católicos o pleno exercício da sua fé, no respeito de uma autêntica liberdade religiosa”. Uma das exigências da China para restabelecer relações com o Vaticano é que o Papa não “interfira” na nomeação de Bispos. A segunda condição é que o rompa os seus laços diplomáticos com Taiwan.