Criada há cerca de cem anos para apoiar pescadores e marinheiros que ficavam largos meses ao largo, o apostolado do mar encontra hoje sentido para o trabalho diário em muitos portos e vilas piscatórias em todo o mundo. A ajuda faz-se a vários níveis, mas o apoio espiritual é muito importante, garante. Pelas condições incertas da sua vida, e os perigos que enfrenta no dia-a-dia, Monsenhor Bastos, pároco de Peniche, e presente na cidade piscatória há 60 anos, acredita que os pescadores são, por natureza “gente de fé”. A obra do apostolado do mar foi criada para acabar com a solidão dos que passam muito tempo nos seus barcos. Em Portugal está presente desde 1935 e agora em onze locais junto ao mar, em seis dos quais existem os centros de acolhimento “Stella Maris” onde pescadores e marinheiros encontram refúgio e apoio, um espírito de entreajuda que se estende a toda a população. “O Apostolado do Mar é um trabalho que se situa nas comunidades locais. Aquilo que a paróquia faz é para todos. Não temos uma catequese só para crianças filhas de pescadores aqui, e outra ao lado para filhos de não pescadores, só há uma catequese”, afirma Monsenhor Bastos, um dos principais impulsionadores da obra. O Apostolado do Mar nasceu em 1922 e está presente em mais de cem países. Hierarquicamente, depende do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.