O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, D. Lawrence Saldanha, critica os grupos radicais islâmicos, responsáveis pela “Lei da blasfémia” que vigora no país, assegurando que “esta é uma lei injusta, que deve ser abolida”. O governo local elaborou um projecto de lei chamado “Emenda da lei penal”, para modificar o delito de honra, a lei sobre a blasfémia e as ordens “Hudud” (introduzidas em 1979) baseadas no Alcorão, que prevêem a flagelação e a lapidação para crimes como adultério, jogos de azar e uso de álcool. Em especial, com base na emenda, o “delito de honra”, prática que legitima a morte de uma mulher declarada adúltera, seria declarado homicídio. “Não estou muito optimista com a proposta de revisão da lei sobre a blasfémia. Há uma forte oposição por parte dos grupos extremistas e depois, a emenda deverá passar pelo exame do Conselho do Islão. Nós cristãos aguardamos e esperamos, mas sem muitas ilusões”, disse o arcebispo Saldanha à agência do Vaticano para o mundo missionário, Fides. Assegurando que o “medo voltou”, o prelado refere que “os cristãos na prisão acusados de blasfêmia são mais de 80: um número muito alto se pensarmos que os cristãos são pouco mais de 1% da população paquistanesa”.
