D. António Francisco dos Santos presidiu à peregrinação da Família Comboniana ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima
Fátima, 24 jul 2017 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou que “é urgente” encontrar mensageiros e trabalhadores que se “disponibilizem para serem enviados”, na homilia da peregrinação da Família Comboniana ao Santuário de Fátima.
“No campo da missão há trabalho para todos. Destinado a todos. O apelo ao dom da vida deve acompanhar também hoje a ousadia profética do anúncio do Evangelho na África, como quis S. Daniel Comboni, e daí, do continente africano, bem mais do que da Europa, irradiar para todo o mundo”, referiu D. António Francisco dos Santos, numa intervenção enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Na Eucaristia na Basílica da Santíssima Trindade, o prelado explicou que os espaços de missão são hoje novos e diferentes e a “separação geográfica” entre continentes de vocação comboniana e continentes cristãos “não tem mais sentido”.
“Urge, isso sim, uma vivência da fé sem fronteiras numa nova interculturalidade missionária, onde todos somos chamados a viver e a transmitir, com ardor sempre original, os dinamismos que a alegria do encontro com o Ressuscitado em nós desperta”, desenvolveu, durante a celebração que decorreu este sábado.
Por isso, o bispo do Porto pediu para a Família Comboniana olhar, “neste momento e neste horizonte concreto da história”, as dimensões novas da missão, “sem medos, sem calculismos nem fronteiras”.
“A vossa glória está na cruz de Cristo, vivo e ressuscitado, que o missionário comboniano leva nas suas mãos como seta a indicar o seu caminho e bússola a guiar os seus passos”, observou.
‘Com Maria, missionários de Jesus’ foi o lema que guiou a peregrinação Comboniana ao Santuário de Fátima, nos150 anos da fundação da congregação dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, por São Daniel Comboni a 1 de junho de 1867, em Verona (Itália) e 70 anos de presença em Portugal.
“Este é o momento abençoado para olharmos com confiança o futuro do carisma comboniano, a partir daqui, abrindo horizontes novos à missão”, afirmou o bispo do Porto.
Segundo D. António Francisco dos Santos é o tempo “sonhado por Deus e inspirado nas palavras e nos gestos do Papa Francisco” para reavivarem “o ardor, o zelo e o entusiasmo” pela missão ao serviço do anúncio corajoso da Alegria do Evangelho.
“O belo testemunho de vida e de santidade que S. Daniel Comboni nos deixou foi, ao longo destes 150 anos, abundantemente fecundo e necessariamente duradouro”, desenvolveu.
Os 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima também marcaram a peregrinação e o bispo do Porto, que presidiu ao encontro nacional, explicou que mensagem mariana “é, acima de tudo, um apelo muito forte à conversão do coração e a um estilo de vida segundo os valores do Evangelho”.
“Em Fátima, os escolhidos não são as pessoas importantes, os poderosos, os intelectuais. São os pastorinhos, os pequenos, os pobres. Em Belém aconteceu o mesmo! Quando Jesus nasceu, os poderosos ficaram agitados”, destacou na homilia divulgada no sítio online da diocese.
Para D, António Francisco dos Santos, presidente da Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana, “os pequenos” hoje são os pobres de todo o mundo, “os explorados, os abandonados, os velhinhos, os sem-abrigo, os refugiados, as vítimas da guerra”.
Do Santuário de Fátima, os membros da Família Comboniana foram enviados em missão “para novos desafios e ampliados caminhos”.
CB/OC