Bispos encerram visita Ad limina
Despertar a vocação e a acção missionária dos baptizados é um dos objectivos do novo projecto nacional de evangelização aprovado pelos bispos brasileiros. Por ocasião da visita Ad limina que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB faz ao Vaticano, o Presidente D. Geraldo Lyrio Rocha explicou que as conclusões do Congresso da Aparecida, em Maio de 2007, estão ainda em desenvolvimento e que as comunidades pastorais devem aproveitar este tempo.
O novo projecto, intitulado «Brasil na Missão Continental», convida a Igreja no país “a colocar-se em permanente estado de missão” e “propõe como objectivo geral o abrir-se ao impulso do Espírito Santo e incentivar, nas comunidades e em cada baptizado, o processo de conversão pessoal e pastoral ao estado permanente de missão”, explicou D. Geraldo Lyrio numa entrevista ao jornal «L’Osservatore Romano».
O projecto apresenta vários objectivos entre os quais “promover a formação a todos os níveis no apoio da conversão pessoal e pastoral do discípulo missionário”.
O Presidente da CNBB destacou também que o projecto compreende a “reestruturação da acção evangelizadora para tentar chegar aos católicos que se distanciaram”, assim como o “aprofundamento da missão enquanto serviço à humanidade” e uma “maior aproximação cristã, começando pelos mais pobres”.
D. Geraldo frisa que cada diocese deve “rever o seu plano pastoral para imprimir-lhe um maior impulso missionário”. O projecto não quer “realizar coisas novas” mas sim “imprimir um carácter missionário nas estruturas, organismos e iniciativas pastorais já existentes”.
O grande desafio, assume o Presidente da CNBB, é fazer “despertar a vocação e a acção missionária dos baptizados e sair ao encontro das pessoas, das famílias e das comunidades para comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo”.
O prelado aponta a intenção de promover encontros com pessoas procedentes de outros países que vivem no Brasil e encontros com os brasileiros que vivem no exterior, “promovendo o envio missionário ad gentes” e a sua formação.
A comunicação é também uma aposta dos bispos, que querem promover a produção de programas radiofónicos e televisivos sobre o Brasil e a missão continental, e “divulgar experiências missionárias significativas que actualmente se realizam nas diversas regiões do Brasil”.
O presidente dos bispos brasileiros recordou também que o Brasil proclamou 2009 como Ano Catequético Nacional, com o tema «Catequese, caminho para o discipulado», iniciativa que pretende “consolidar o caminho da catequese renovada e oferecer luzes para os novos desafios que a realidade apresenta”. O objectivo do ano é “dar um novo impulso à catequese como serviço eclesial”, prosseguindo as directrizes evangelizadoras do Congresso de Aparecida e do Sínodo da Palavra.
Sobre o Ano Sacerdotal iniciado no dia 19 de Junho, D. Geraldo Lyrio sublinha que a última assembleia geral da CNBB deu importância à formação dos presbíteros.
Entre as iniciativas deste Ano, D. Geraldo assinalou o Congresso Eucarístico Nacional, marcado para Maio de 2010 e o congresso regional sacerdotal.
Os bispos brasileiros encontram-se em Roma para a visita Ad Limina e estão divididos em 13 grupos, uma vez que a CNBB é, actualmente, o maior episcopado do mundo, com mais de 400 bispos para 272 circunscrições eclesiásticas. O Brasil tem 190 milhões de habitantes, dos quais 74% são católicos.
Durante os encontros que os bispos têm com o Papa, foi deixado o apelo a uma “adequada formação dos que são chamados a servir o Povo de Deus” pois os trabalhadores “continuam a ser poucos”.
O deserto, afirmou o Papa referindo-se ao tempo secularizado, “deu origem a uma nova geração que vê na sociedade o fosso das diferenças e contraposições ao Magistério da Igreja”.
Esta nova geração, constatou, “sente uma grande sede de transcendência”. O Papa recordou que são “os jovens desta nova geração que hoje batem à porta do Seminário e que necessitam encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera”.
Por fim, Bento XVI recordou que é tarefa do Bispo estabelecer os critérios essenciais para a formação dos seminaristas e dos presbíteros na fidelidade às normas universais da Igreja.
Com Rádio Vaticano