Igreja nas Honduras condena golpe de Estado

Recolher obrigatório e restrição de liberdades indivuduais foram medidas impostas

A Igreja católica condenou o golpe de Estado contra o governo das Honduras. O secretário-executivo da Caritas deste país, o Pe. Germán Calíx, deu conta da rejeição ao mesmo tempo que pediu que o Presidente Manuel Zelayaque respeite os requisitos das eleições e do referendo, necessários para uma reforma constitucional.

Em declarações ao site «Religión Digital» o Pe. Calíx rejeitou ainda a acusação feita à Igreja Católica no país de «cumplicidade golpista».

"Não apoiamos nem o golpe nem o desrespeito à Constituição", afirmou o sacerdote, recordando que dez dias antes do golpe, a Igreja apelara ao diálogo e manifestara o seu apoio à decisão de consultar o povo.

O Pe. Calíx acrescentou que os bispos estão dispostos a integrar uma comissão de diálogo, convocada pelo governo provisório, mas considera que o regresso de Zelaya, pode ser "catastrófico" se não se chegar antes a um acordo.

O cardeal-arcebispo de Tegucigalpa, D. Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas Internacional, participa em reuniões, para evitar que o golpe desencadeie confrontos nas ruas do país.

O golpe de Estado foi condenado pela ONU, União Europeia e Estados Unidos. A Organização dos Estados Americanos (OEA), que se reuniu em Washington, exigiu que Zelaya regresse à presidência. Apesar da pressão internacional, o presidente interino, Roberto Micheletti, de origem italiana, recusa-se a abandonar o cargo.

Entretanto, o Congresso de Honduras aprovou um decreto presidencial que restringe as liberdades individuais dos cidadãos, entre as 22h e 5h, num reforço ao toque de recolher imposto no último Domingo.

As novas medidas estabelecem que pessoas podem ser detidas sem acusação formal, por mais de 24 horas e restringem os direitos constitucionais de reunião e associação, de livre circulação, bem como o direito de entrar e sair livremente do território nacional.

De acordo com o decreto, essas medidas devem permanecer em vigor pelo menos até o próximo Sábado.

Com Rádio Vaticano

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