Igreja não tem medo dos meios de comunicação

O presidente da Comissão para Comunicação da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, D. Orani João Tempesta, afirmou que, ao longo dos anos, a Igreja “aprendeu a não ter medo dos meios de comunicação”. O arcebispo de Belém, no Pará, norte do Brasil, abriu na passada Segunda-feira o ciclo de conferências do 5º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), que decorre até o próximo dia 20, na sua arquidiocese. Cerca de 450 pessoas participam neste encontro. Segundo informa a Sala de Imprensa da CNBB, D. Orani reconheceu, que nem sempre o uso desses meios pela Igreja foi unânime. “Houve correntes teológicas contra o uso dos meios de comunicação pela Igreja. Os liturgistas também têm observações sobre as transmissões litúrgicas na TV”, disse. Para D. Orani, a transmissão da fé através dos meios de comunicação pode ser feita de variadas maneiras, com programas sem conotação religiosa explícita, com programas mistos ou através de programas “piedosos ou questionadores”. “Há uma variedade muito grande que, longe de ser contraditória, é complementar, já que nem todos conseguem fazer tudo”, afirmou. Ainda segundo o arcebispo, os meios de comunicação social obrigaram a Igreja a repensar a sua forma de evangelizar. “Foi com a chegada dos meios de comunicação social modernos que a Igreja se questionou e também o proselitismo. Ela percebeu que a sua presença nos media era frágil”, destacou. A presença da Igreja Católica nos media, especialmente na TV, na opinião de D. Orani, deu-lhe visibilidade, mas também ressaltou as suas divisões. “As diferentes linhas eclesiológicas, teológicas, cristológicas ficaram mais evidentes. Precisamos saber como conviver com a diversidade”, apontou. Referindo-se a algumas críticas sobre o facto de a Igreja ter os seus próprios meios de comunicação, o arcebispo de Belém relembrou a laicidade do Estado, mas não das pessoas que o compõem. “A discussão da laicidade do Estado tem levado também a uma laicidade dos meios. O facto de sermos pessoas de fé não nos faz perder a cidadania. Isso não se restringe aos meios, mas também à organização social que nem sempre garante a participação de grupos religiosos nos conselhos”, afirmou. Com Zenit

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