Igreja: «Não será difícil chegar a um consenso» quanto à eleição do futuro Papa, afirma D. António Marto

Cardeal lembra figura do Papa e fala dos tempos que se seguem ao funeral de Francisco, com a realização do Conclave

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Roma, 24 abr 2025 (Ecclesia) – O cardeal D. António Marto disse hoje, na sua chegada a Roma, acreditar que “não será difícil chegar a um consenso” em torno da eleição do futuro Papa.

“O que nos pedem [aos cardeais] é a presença no funeral [de Francisco], naturalmente, e depois, na semana seguinte, na segunda-feira, começam as reuniões dos cardeais, as chamadas congregações gerais”, em que se debate sobre a situação da Igreja no mundo e os desafios que enfrenta hoje, explicou o bispo emérito de Leiria-Fátima, em declarações à Agência ECCLESIA.

O funeral do Papa Francisco realiza-se este sábado, pelas 10h00 (menos uma em Lisboa), no adro da Basílica de São Pedro; a Missa tem presidência do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.

O cardeal explica que depois segue-se o conclave, apontando o dia 5 de maio como o início das reuniões dos cardeais e o dia 11 de maio para a tomada de posse do futuro Papa.

Além de D. António Marto, mais três cardeais portugueses – D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação; e D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal – integram a lista de eleitores para escolher o futuro Papa.

Questionado sobre o Papa Francisco, D. António Marto fala na “única figura global de referência” que tocava nas feridas do mundo de hoje, concretamente das “guerras”, da “violência” e da “indiferença”.

Milhares de pessoas despedem-se até sexta-feira de Francisco, cujo corpo se encontra na Basílica de São Pedro, para quem mais do que um líder, foi um “amigo”, que “tocou no coração” das pessoas, assinala o cardeal.

“Ele falava mais pelos gestos do que pelas palavras, mas quer os gestos, quer a linguagem nova que ele usou para ser acessível a todos, tocava o coração das pessoas, não os deixava indiferentes”, referiu.

Francisco faleceu esta segunda-feira, aos 88 anos de idade e após mais de 12 anos de pontificado, na sequência de um AVC; o Papa esteve internado entre 14 de fevereiro e 23 de março, a hospitalização mais longa do pontificado, devido a uma infeção respiratória que se agravou para uma pneumonia bilateral.

D. António Marto expressa “gratidão” por tudo o que o Papa representou, por tudo o que fez e pelo “grande legado que deixa na Igreja, que deve ser continuado”.

“Considero que foi um dom de Deus, um dom do Espírito Santo para a Igreja e para o mundo neste momento em que estamos a viver, ou nestes anos em que ele esteve a viver e que abriu caminhos novos, quer para a Igreja, quer para a humanidade”, destacou.

OC/LJ

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