Cardeal Saraiva Martins presidiu às festas de Nossa Senhora das Graças D. José Saraiva Martins, a convite do Bispo da Diocese de Bragança–Miranda, presidiu, este ano, às festas de Nossa Senhora das Graças, Padroeira da cidade capital de distrito. Desta passagem pela Diocese, o Cardeal Saraiva Martins destaca a profundidade da religiosidade popular, que pode constatar nessa região. “É um erro imperdoável, do ponto de vista eclesiástico, acabar com esta religiosidade popular”, referiu o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos ao semanário “Mensageiro de Bragança”. Recordando o Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi”, afirmou estar “convencido de que vai ser esta religiosidade popular que vai salvar a Igreja e a Fé do povo. Não pode ser abolida nem combatida. Só é necessário purificá-la, às vezes, de certas incrustações da história”. “O teólogo exprime a fé de uma maneira, os liturgistas de outra e o povo tem também a sua maneira e não é superficial, mas sim bastante profunda, até mais do que a dos teólogos, conforme pude verificar durante estes dias”, indicou. D. José Saraiva Martins falou, também, da figura de João Paulo II, que ele acompanhou tão de perto. A este propósito, o Cardeal português considerou que esse pontificado introduziu “um novo modo de ser Papa”, recordando as grandes peregrinações efectuadas por João Paulo II pelo mundo inteiro, arrastando multidões e personificando o significado real de “ pastor da Igreja Universal”. “Este foi, sem dúvida, o maior legado que nos deixou”, disse. Em relação aos principais desafios que a Igreja enfrenta neste dealbar do século XXI, o membro da Cúria Romana referiu a defesa dos valores humanos da vida, da família, da paz e, também, do diálogo ecuménico e inter-religioso. Para o Cardeal Saraiva Martins, “valores genuinamente humanos são autenticamente cristãos”, assim como “aqueles que são genuinamente religiosos, são autenticamente humanos”. Redacção/MB